Foi aprovada com ampla maioria de votos a adesão da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz ao programa federal de escolas cívico-militares. A audiência de consulta pública se estendeu por toda esta sexta-feira, 29, entre as 9 horas e as 20 horas.
Podiam votar funcionários e professores da escola, nomeados ou contratados, além de estudantes a partir de 16 anos e pais de alunos com menos idade. Foram registrados 295 votos, sendo 79,7% a favor e 20,3% contra a adesão ao modelo. A diretora do colégio, Lecir Terezinha Tomazi, afirma que o índice de participação é considerado alto, em comparação a outras consultas feitas pela escola.
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Lecir explica que uma reunião com representantes de cada segmento da comunidade escolar será realizada na próxima semana, na qual será produzido um documento oficializando a decisão desta sexta e apresentando expectativas da escola a partir do aceite ao novo sistema. Segundo a diretora, o primeiro ano será de construção conjunta do modelo, entre a direção do educandário e a Secretaria Estadual da Educação, e a expectativa é que antes de agosto nada mude no funcionamento do colégio. A partir de então é que devem chegar os policiais militares da reserva, que atuarão no educandário.
“Nada vai ser imposto, pelo menos é o que nos foi prometido. A gente espera, com isso, algumas melhorias para o nosso educandário. Sem interferência na sala de aula, na gestão”, diz Lecir. Pelo programa do Ministério da Educação, não há interferência de militares no ensino da escola, ficando a monitoria dos agentes de segurança restrita ao lado de fora das salas de aula.
A Escola Santa Cruz oferece ensino fundamental, ensino médio e um núcleo de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ao todo, são cerca de 1 mil estudantes. O educandário fica em frente à sede do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB) e já realizava projetos em parceria com o Exército.
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No Bairro Aliança, teve campanha contra a adesão
O tenente da Brigada Militar, Mauro José Oliveira, entrou em contato com a reportagem do Portal Gaz na tarde desta sexta-feira, 29, para relatar que no Bairro Aliança, onde ele reside, presenciou um ato de campanha contra a adesão da escola ao modelo. Segundo o oficial, um carro circulava pelas ruas, disseminando, por meio de um equipamento de som, uma mensagem que incentivava os moradores a votarem para que a escola não fizesse parte do programa.
O tenente Oliveira acredita que o modelo cívico-militar será “excelente” para a Escola Santa Cruz. “É uma formação diferente. Os estudantes vão aprender sobre uso de uniforme, respeito à pátria e de certa forma será um incentivo ao alistamento militar.”
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