Depois de um festival só com curtas-metragens, chegou a vez de o Serviço Social do Comércio trazer para Santa Cruz do Sul (e Rio Pardo) a 3ª Mostra Sesc de Cinema. Ela contempla todas as modalidades: curtas, médias e longas. A abertura é nesta quarta-feira, 27, às 15 horas, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (Stifa), na Rua Fernando Abott, 1212, com a exibição dos filmes A Besta Pop, de Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues e Rafael B Silva; e Almofada de Penas, de Joseph Specker Nys. O primeiro, em 81 minutos, representa o município de Belém, do Pará, e o segundo, em 12 minutos, vem de Florianópolis, Santa Catarina. Ambos foram feitos no ano passado.
A Mostra ocorrerá até o próximo dia 11 de dezembro. São ao todo 50 produções nas três modalidades com exibições que se revezam entre a Biblioteca do Sesc, Stifa, Sindibancários, Centro Regional de Cultura de Rio Pardo, Escola Polivalente, Escola Família Agrícola e Proeza Bier. As sessões são gratuitas e divididas nos panoramas Brasil, Infanto-Juvenil e Rio Grande do Sul. A programação completa, com os títulos do filmes, horários e locais de exibição, você encontra no site do Sesc. As produções foram selecionadas por meio de um edital nacional que recebeu 1,2 mil inscrições de 210 cidades e chegou a 42 filmes escolhidos, que serão exibidos em todo o País.
O projeto tem como objetivo difundir e valorizar as obras cinematográficas produzidas no Brasil. Além disso, a Mostra também busca ampliar o acesso da população a uma filmografia que expresse a diversidade da produção contemporânea. A iniciativa em Santa Cruz do Sul tem o apoio da Associação dos Amigos do Cinema, do Centro Regional de Cultura de Rio Pardo e do Proeza Bier.
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A besta pop
É véspera do apocalipse. O totalitarismo, o fanatismo religioso e a alienação dominam a sociedade. Mas a aparência de ordem é contestada por jovens que tem as vidas cruzadas durante a última festa antes do fim do mundo: A Besta Pop. A história que se passa em um futuro distópico poderia ter sido rodada por grandes estúdios de Hollywood, mas a produção é paraense e surgiu do trabalho de um grupo de estudantes de Cinema e Audiovisual da Ufpa.
A produção do longa começou em 2016 e envolveu cerca de cem pessoas. Para João Luciano, um dos roteiristas e produtor executivo do filme, a aproximação de estudantes de diferentes formações foi uma das conquistas. “Muitas pessoas contribuíram, da concepção à finalização. Foram muitos estudantes de diversos cursos, de Música, Cenografia, Teatro, Dança, Cinema e Artes Visuais. E é um dos maiores méritos do projeto.”
A Besta Pop contou com colaboração do público por meio de uma plataforma de financiamento coletivo. Foram R$ 12 mil arrecadados em um mês de campanha. João Luciano considera que a experiência foi um desafio e também um marco para a produção audiovisual do Pará.
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Almofada de Penas
Produzido e filmado em Florianópolis, o curta Almofada de Penas usa técnica stop motion para contar uma história que tem como base um conto do escritor uruguaio Horácio Quiroga (1879-1937). “É uma animação para adultos, um suspense psicológico que trata de relações humanas”, conta o diretor Joseph Specker Nys.
O filme retrata os primeiros meses de um casamento e a crise de relacionamento entre marido e mulher. Diante das diferenças entre os personagens, ela adoece e passa por delírios. “Apesar de ser de forma sutil, eu busco explorar a profundidade da história”, ressalta Joseph.
Uruguaio radicado em Porto Alegre, formado em design gráfico pela Universidade do Estado de Santa Catarina, filho de escultora ceramista, Joseph tem familiaridade com a criação de peças artesanais – fato que facilitou a proposta do curta-metragem. O uruguaio, que também é diretor de arte da produção, teve a ideia para o filme ainda em 2012. No ano seguinte, conseguiu levantar uma verba inicial através de financiamento coletivo.
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