Sem dificuldades, a Câmara de Santa Cruz aprovou nessa quinta-feira, 7, pela manhã o projeto da reforma administrativa, o primeiro encaminhado pela prefeita Helena Hermany (PP). Com medidas que incluem a extinção de duas secretarias e uma ligeira redução no número de cargos, a projeção é economizar cerca de R$ 580 mil neste ano – o que representa pouco menos de 1% do orçamento municipal.
A aprovação se deu por unanimidade entre os 17 vereadores. Bem mais tímida do que a reforma apresentada por Telmo Kirst em 2013, quando foram extintos 93 cargos em comissão (CCs), a reestruturação proposta por Helena prevê, além da eliminação de dois postos de secretário, a extinção de cinco gratificações de função (GFs) – pagas a servidores de carreira que desempenham atividades específicas. Por outro lado, serão criados novos CCs e funções gratificadas (FGs) – que também são ocupadas apenas por servidores de carreira, mas envolvem só funções de chefia. Com isso, o número total de cargos cairá de 278 para 275.
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No cálculo de redução de despesas apresentado pelo governo, considera-se ainda que o vice-prefeito Elstor Desbessell (PL) irá comandar a Secretaria de Planejamento e Helena vai responder pela pasta de Segurança, Transportes e Mobilidade Urbana até março. Também é contabilizada a indicação de um servidor de carreira, Estor Iochims, para ocupar a Diretoria de Segurança.
Na sessão dessa quinta, o líder de governo, Henrique Hermany (PP), disse que a economia pode chegar a cerca de R$ 1,5 milhão com os gastos correntes que serão eliminados a partir da eliminação de secretarias, como energia, água, telefone e aluguel. Henrique alegou ainda que a reforma foi concebida para melhor estruturar setores como o de Planejamento, Cultura e Desenvolvimento Econômico, com a criação de cargos.
“O que está se buscando é melhorar a qualidade dos serviços para a população e atender áreas sensíveis em função da pandemia”, argumentou. No total, o orçamento da Prefeitura para 2021 chega a R$ 603 milhões.
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Alguns vereadores, porém, cobraram uma política mais agressiva de cortes de gastos. Carlão Smidt (PSDB) classificou o projeto aprovado como “bastante singelo”. “Convenhamos que reduzir três cargos é pouco significativo”, disse. Na mesma linha, Leonel Garibaldi (Novo) disse que o governo poderia agir “com mais afinco” na redução de despesas para diminuir os impostos e aliviar os contribuintes.
Em contrapartida, Bruno Faller (PDT) observou que a máquina pública municipal já foi enxugada nos últimos anos. “Se compararmos Santa Cruz com cidades de igual tamanho ou até menores, veremos que as estruturas de CCs, FGs e GFs são muito superiores às nossas”, afirmou.
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Entenda as alterações
1) Fusões de secretarias
15 era o número de secretarias até o ano passado.
13 é o número proposto pelo novo governo.
As áreas de Habitação e Políticas Públicas passam a compor uma única secretaria, que também vai agregar o Departamento de Esportes. Será a Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Esportes.
As áreas de Segurança e Transportes também serão aglutinadas em uma única pasta: a Secretaria de Segurança, Transportes e Mobilidade Urbana.
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*Outra alteração, embora sem impacto orçamentário, envolve a Central de Serviços. Nos últimos anos, ela esteve subordinada aos Transportes e agora voltará a ser vinculada à Secretaria de Meio Ambiente. O órgão é responsável por funções de zeladoria, como varrição de ruas, manutenção de praças e parques, limpeza de banheiros públicos, corte de grama e outros.
3) Outras medidas
O vice-prefeito Elstor Desbessell (PL) vai acumular o cargo de secretário municipal de Planejamento
Impacto: -R$ 216,1 mil
A prefeita Helena Hermany (PP) vai acumular até março o cargo de secretária municipal de Segurança, Transportes e Mobilidade Urbana
Impacto: -R$ 48,6 mil
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O cargo de diretor de Segurança será ocupado por um servidor de carreira
Impacto: -R$ 74,7 mil
ECONOMIA TOTAL ESTIMADA: R$ 584,5 mil
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