Ao contrário do Brasil, que ainda não definiu um cronograma de vacinação contra a Covid-19, diversos países do mundo já começaram a vacinar suas populações. Um deles são os Emirados Árabes Unidos. Na capital, Abu Dhabi, mora a santa-cruzense Patrícia Aranalde, de 44 anos. O pequeno país do Oriente Médio começou a aplicação das doses ainda em outubro e, a partir de novembro, disponibilizou para todas as pessoas. Patrícia recebeu a primeira dose no dia 9 de dezembro e deverá receber a segunda no dia 30.
Ela mora nos Emirados Árabes Unidos desde 2014 e conta que se mudou para acompanhar o marido, que é lutador de artes marciais e foi chamado para dar aulas aos militares das Forças Armadas daquele país. Em relação à pandemia, Patrícia diz que foi um ano difícil em todos os sentidos. “Começamos a quarentena obrigatória em março, as fronteiras foram fechadas. Tinha toque de recolher depois das 20 horas e multa de 50 mil Dirham (aproximadamente R$ 71 mil) para quem saísse de casa sem autorização”, conta. Como Abu Dhabi é a capital, onde vive o Sheik (o governante), o controle foi ainda mais rigoroso. “Eles levaram muito a sério a pandemia.”
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A reabertura parcial das atividades nos Emirados Árabes começou em setembro, em função do enfraquecimento da economia, que já enfrentava cortes de salários e um grande número de demissões. Dubai, o Emirado mais turístico, foi também o primeiro a reabrir, com novas regras e total controle dos protocolos de distanciamento e higiene. “Os turistas só foram autorizados a entrar em Abu Dhabi em novembro, mas devem fazer o teste RT-PCR ao entrar na cidade e respeitar quarentena obrigatória de 14 dias com pulseira de rastreamento”, frisa. Patrícia acrescenta que há muita tecnologia envolvida e, dessa forma, o controle é eficiente.
Em relação ao processo de vacinação, a exemplo de tudo que envolve a pandemia no país, o rigor também é elevado. Os interessados passam por atendimento para avaliação do quadro clínico e as mulheres devem fazer um exame para descartar a possibilidade de gravidez, considerando que as gestantes não podem ser vacinadas. Na sequência, há um atendimento médico e nova avaliação. Estando tudo correto, a pessoa deve assinar um termo de consentimento e, por fim, recebe a vacina. Passados 15 minutos, outro atendimento clínico é realizado. O processo leva aproximadamente três horas.
Entre as possíveis reações adversas esperadas estão febre, dor no corpo, dor de cabeça e dor no local da aplicação. Patrícia relata que teve dores no corpo como se tivesse praticado exercícios físicos intensos, e que o marido apresentou sonolência, mas somente nas primeiras 24 horas. O governo disponibiliza um número de telefone para ligar em caso de reações não esperadas, e também faz contato após três dias para verificar como a pessoa está e quais sintomas sentiu.
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Presente de Natal
Depois de viver um ano difícil e com muitos desafios inéditos, Patrícia conta que a vacina renova as expectativas para 2021. “Estou muito feliz. Foi um ótimo presente de Natal poder iniciar o próximo ano vacinada. Tenho muita esperança no futuro, pois acredito muito nas pesquisas e na tecnologia usada nos Emirados Árabes Unidos”, salienta. “Eu espero que o Brasil também tenha uma boa vacina aprovada e que eu possa ir visitar minha avó.”
Patrícia é neta de Gertha Gruendling e também do ex-prefeito de Santa Cruz do Sul Elemar Gruendling, já falecido. “É o que eu mais sinto por conta dessa pandemia, estar há mais de um ano sem poder ver ela”, lamenta.
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