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FOTOS: museu de Sinimbu reabre com acervo sobre a vida dos imigrantes

Foto: Alencar da Rosa

No museu, a cozinha é repleta de antigos utensílios, tem a mesa posta como se fosse hora do café. Ao fundo, os curiosos itens dos banheiros

Um casarão construído entre 1860 e 1870 abriga o Museu Colonial Henrique Engelmann Sobrinho, na localidade de Alto Sinimbu, quatro quilômetros distante do centro de Sinimbu. O local foi reaberto nessa segunda-feira, 21, para visitação de convidados, após nove anos fechado. O ex-professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Emigdio Engelmann, proprietário da área de dois hectares onde fica o casarão, custeou a pintura interna e externa, além do tratamento das madeiras do prédio em estilo enxaimel de 120 metros quadrados.

O museu reproduz uma típica residência dos imigrantes germânicos que começaram a povoar a região em 1849. O acervo é composto por itens usados pela família Engelmann em seu antigo hotel e na casa de veraneio. Há também utensílios cedidos mediante contrato. “Os doadores podem reaver os materiais no momento que desejarem”, frisa Emigdio.


O museu foi aberto em 26 de setembro de 1998, com a presença do cônsul da Alemanha, Günther Jacob, e com danças folclóricas do grupo local Freundschaftstanz. O espaço funcionou até 2011, quando as atividades foram interrompidas. Segundo Emigdio, 9.580 pessoas preencheram oito livros de presença.

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Emigdio Engelmann: história preservada | Foto: Alencar da Rosa


O assoalho do casarão é feito de toras de louro. As paredes são feitas com pedra grés e estuque (mistura de barro, pedra, taquara e madeira de lei) em um sistema de encaixe sem pregos. O teto é arredondado, e há uma pintura no alto de uma das paredes que se destaca: um brasão com a frase “Hoch den Schützen”, que significa “Viva os atiradores”, referência ao grupo de atiradores e lanceiros que utilizava o local como sede.

Como na época dos imigrantes

A visitação começa pelo lado esquerdo do museu. Os primeiros itens são as reportagens sobre o lugar e cartões-postais. Depois, os visitantes podem apreciar itens que faziam parte do Hotel e Veraneio Engelmann. Mais adiante, estão as armas e lanças dos grupos de atiradores e lanceiros. Um quadro de 1887 exibe quatro membros posando em frente ao casarão. No setor de escritório, há uma máquina de escrever e um armário com livros e hinários em alemão. No setor família, os destaques são as fotos antigas e certidões de nascimento.

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A cozinha merece destaque. Conta com um fogão industrial número 8 considerado raríssimo, além de outro fogão a lenha menor e diversos utensílios. No alto, um lampião a querosene pendurado era utilizado para iluminar as noites de baile. Um rádio reformado por Décio Lau, da década de 1940, ainda sintoniza as emissoras da região. Para estimular o paladar, uma mesa foi montada para representar um café colonial. O fogão de duas bocas em exposição funcionava com querosene.

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No setor de banheiro, aparecem uma banheira, uma tina de assento e louças. A parte agrícola conta com tulha e tonel para armazenagem de grãos, debulhador e soprador de grãos, ralador de aipim e outros equipamentos menores, como uma pá para mexer a schmier durante o preparo.

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Tamancos de madeira também constam no acervo. Em uma prateleira estão dispostas as ferramentas da antiga marcenaria. Um quarto de criança conta com um berço de madeira, penteadeira, cadeira de balanço e brinquedos antigos. Quadros com fotos mostram turmas de alunos que visitavam o lugar em excursões. Para finalizar, a parte religiosa traz fotos de igrejas, certificados e até um calendário alemão com a foto do casarão.


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O espaço cultural será administrado pelos atuais inquilinos, Canísio e Adriana Haas. Eles estão há um ano no local com o balneário Haas Recanto e Lazer, que conta com pousada, camping e lancheria. São 15 quartos em uma casa de 1900, situada em frente ao casarão, piscina para a pousada e salão de festas e galpão para eventos.

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O antigo salão de bailes, construído em 1914 ao lado do casarão, com 300 metros quadrados, está para alugar. O próprio Canísio executou os trabalhos de restauração. Emigdio gostaria que fosse destinado a um restaurante ou algo similar, que tenha relação com o empreendimento turístico. O complexo conta ainda com um prédio de 1927 que era usado pelos Engelmann como recepção, refeitório e cozinha.

As visitas ao museu devem ser agendadas pelo telefone 99945 4326. O ingresso custa R$ 3,00, para aplicação na conservação. Para a pousada, o contato é 99731 3184.

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