Já considerada uma das mais importantes datas do varejo do Brasil, superando outras importantes, à medida que se aproxima a Black Friday do próximo dia 23, em sua nona edição, cresce a expectativa de milhares de brasileiros, tanto de consumidores como de vendedores. Sim, porque a data é importante para realizar sonhos de consumo de compradores e alavancar negócios para lojistas de ambientes físicos e/ou on-line.
Vendedores
Diferente de outras datas, criadas para homenagear pessoas ou eventos especiais, como o Dia das Mães, mas que, com o tempo, agregaram motivos e interesses comerciais, a Black Friday nasceu única e exclusivamente para vender. O ideal seria que quem quer vender na Black Friday já tivesse começado os preparativos em meados do mês de setembro, quando teria tempo para preparar toda a estratégia, envolvendo fornecedores, marketing e sua estrutura – atendimento, logística e plataforma de vendas on line. Mesmo assim, quem não se planejou pro-ativamente, ainda há tempo para preparar-se e participar com mais segurança no grande dia das promoções, cuidando de alguns pontos como:
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1) definir quais itens terão descontos;
2) pensar na estratégia de marketing para atrair os clientes, tanto para a loja física quanto para virtual;
3) aproveitar o dia da Black Friday para fidelizar clientes, procurando conhecer o comportamento do consumidor, que, nesse dia, pode variar bastante; muitos se deixam levar pelo impulso;
4) reforçar a segurança: tanto nas lojas físicas, com maior movimento de pessoas, quanto das virtuais, em que a quantidade de visitas e pedidos aumenta muito, gerando um volume maior de transações;
5) lembrar-se de fazer a gestão de estoque, à vista da proximidade do Natal.
Junto com a cada vez maior empolgação e crescente adesão de lojistas à Black Friday, algumas empresas cometem gafes, que podem comprometer sua imagem e reputação. A principal delas é ficar de fora do evento, perdendo a oportunidade de atrair novos clientes e fidelizar consumidores antigos. Rodrigo Ricco, CEO da Octadesk, lista mais algumas gafes: prometer o que não pode cumprir; maquiar preços: as falsas promoções são as principais reclamações dos consumidores; ficar sem produto; oferecer descontos e ficar no prejuízo; negligenciar a experiência do consumidor; descuidar do atendimento ao cliente; não pensar no depois. Como diz um lojista, hoje o espaço para malandragens é cada vez menor porque as redes sociais facilitam a troca de informações entre usuários, sendo que eventual falcatrua é rapidamente replicada entre pessoas próximas e grupos, detonando com lojas, às vezes até sem motivo legal, que dirá quando existem indícios ou até provas de ações para enganar o cliente.
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Compradores
Já para o consumidor, existem muitas recomendações e dicas para se dar bem na Black Friday, inclusive comentadas no artigo anterior deste blog. A primeira e principal, diante de tantas oportunidades, é estar atento para não comprometer suas finanças. Se não tiver uma reserva, pelo menos fazer um diagnóstico de sua situação financeira para, então, responder essas perguntas básicas: quanto posso gastar? Preciso comprar isto? Qual o valor do produto fora da Black Friday, quer dizer, o desconto vale mesmo a pena?
Infelizmente, até a edição do ano passado, ainda ocorreram muitas reclamações, especialmente relacionadas a propaganda enganosa, problemas para finalizar a compra e divergências de valores. Assim, de modo geral, o consumidor deve 1) não confiar em que tudo que é anunciado – comparar o valor real dos produtos com o valor da promoção; o ideal seria que o consumidor estivesse acompanhando, há algum tempo, a variação do preço do item desejado; como isso raramente é observado, vários sites oferecem esse monitoramento (Reduza, Blackfriday.com.br, Buscapé, Google shopping, Black Friday de verdade, Mais barato, Já cotei, Bondfaro, Mais barato Proteste); 2) ter paciência para evitar comprar rapidamente; 3) pesquisar.
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Para escapar do estresse e participar deste grande momento de vendas, muitos consumidores preferem realizar suas compras pela internet, onde pode morar o perigo. As chances de cair em armadilhas e fraudes nas compras por on-line são muitas, acentuadas durante a Black Friday. Por isso, as pessoas devem se precaver, informando-se sobre quais e como os ataques mais recentes aconteceram. Outras dicas: 1) procurar o máximo de informações sobre o site onde quer comprar; 2) verificar se o site que está acessando tem o mínimo de segurança; 3) não usar software pirata; 4) ter antivírus atualizado; 5) desconfiar de promoções que chegam pelo whatsapp.
Mesmo com todos os cuidados, o consumidor pode constatar, frustrado, que fez uma compra errada. Nas compras por online, catálogo ou telefone, o Código de Defesa do Consumidor garante que o comprador pode pedir o cancelamento, sem qualquer justificativa, até sete dias depois de finalizado o pedido. Nas compras em loja física, a loja não é obrigada a cancelar o pedido, a menos que não tenha aplicado o desconto prometido. Outros casos, como a falta do produto, produto com defeito, prazo de entrega não cumprido, produto não se parece com o oferecido ou está errado, etc, o consumidor deve procurar a loja e, caso não consiga resolver a pendência, encaminhar o assunto a órgãos de defesa do consumidor.
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Por último, vale aquela máxima das bebidas alcoólicas: aproveite com moderação. Muitas vezes, as promoções fazem o consumidor extrapolar nos gastos, já que, em sua mente, está fazendo um bom negócio, pois está pagando menos por algum produto e, portanto, economizando. Por isso, para evitar compras por impulso, fazer uma lista do que quer adquirir, estabelecer prioridades e definir o valor máximo que pode gastar.