A Igreja São Francisco Xavier, de Linha João Alves, Santa Cruz do Sul, está de cara nova. Uma reforma na estrutura foi realizada, com um investimento de R$ 180 mil. Desse total, apenas R$ 5 mil não foram arrecadados diretamente pela comunidade, por meio de eventos. O planejamento para as intervenções levou quatro anos e começou quando a atual diretoria assumiu.
Quinta-feira foi o dia do padroeiro, São Francisco Xavier. A intenção era realizar uma missa e almoço neste fim de semana para celebrar as melhorias da igreja. Porém, com a situação agravada da pandemia, houve apenas venda de cucas nesse sábado.
Conforme o presidente Rogério José Pietschaki, só as paredes e o telhado não foram modificados. “Agora a igreja conta com salas para o padre e outra para os coroinhas e ministros, recebeu pintura, passou por reforma na parte elétrica, no forro, na iluminação, no sistema de som e na estrutura do altar. Adquirimos bancos novos. Quase não dá para reconhecer.”
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A comunidade tem 303 associados e completou 50 anos no dia 14 de junho. O último evento foi realizado em 15 de março, dias antes do início das restrições. A quermesse reuniu 3 mil pessoas. Somente no baile, cerca de 1,8 mil pessoas marcaram presença. “A reforma da igreja foi uma conquista, pelo empenho da comunidade, assim como a reforma do pavilhão, concluída no fim de 2019”, enfatiza Pietschaki.
O surgimento de Linha João Alves
A região atual de Linha João Alves era chamada de Deustche Pikade (Picada Alemã). No Cemitério Evangélico da localidade, o imigrante Friedrich Johann Tietze foi sepultado. Ele era um dos 12 colonizadores que chegaram a Santa Cruz em dezembro de 1849.
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João Alves foi o primeiro subdelegado da povoação de São João da Santa Cruz, por volta de 1860. Foi também o primeiro presidente de uma Comunidade Católica. Ele foi morto traiçoeiramente com um tiro que partiu dos arbustos da Praça da Matriz (atual Getúlio Vargas), quando saía da sua casa comercial, localizada onde hoje funciona o Colégio Dom Alberto. O crime jamais foi desvendado. Conta a tradição que João Alves teria sido proprietário das terras na localidade de Picada Alemã, que herdou o seu nome – por isso Linha João Alves.
Os moradores da localidade buscam preservar a cultura germânica e organizam uma quermesse todos os anos, no terceiro domingo de março. A comunidade é reconhecida como a maior produtora de hortifrutigranjeiros da cidade, abastecendo feiras, restaurantes e supermercados de Santa Cruz. O pavilhão da igreja é referência na localidade e abriga diversos eventos a cada ano.
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