Passados 18 dias da eleição municipal, o prefeito de Santa Cruz, Telmo Kirst (PSD), comentou pela primeira vez o resultado das urnas, que deram vitória à vice-prefeita e sua desafeta política Helena Hermany (PP). Telmo disse ontem que “não há motivo para ranços” e é preciso “reconhecer os resultados eleitorais”.
Na declaração enviada à Rádio Gazeta, Telmo não chegou a citar o nome de Helena, mas afirmou que a comissão de transição tem “autonomia” e a atual gestão está “pronta para colaborar”. Rompido com Helena desde março do ano passado, Telmo apoiou fortemente, na campanha, a atual secretária de Educação, Jaqueline Marques (PSD), que ficou em quinto lugar. No dia seguinte à eleição, Helena afirmou que não pretende buscar diálogo com Telmo.
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A menos de um mês de encerrar o mandato, Telmo também anunciou que deixará “entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões” em caixa para a futura administração e exaltou o fato de, durante toda a sua gestão, ter obtido resultados orçamentários positivos. “Isso é uma honra para um gestor, porque em oito anos o nosso superavit já ultrapassa 40 milhões”, disse. Também citou medidas adotadas pela gestão para o equilíbrio financeiro, como redução de CCs, corte de celulares, antecipação do calendário do IPTU, turno único e o programa Regularize Cidadão, que permitiu renegociações de dívidas de contribuintes. “São medidas que contribuíram para que o governo pudesse ficar no azul e permitiram aquilo que todos querem: cumprir com o salário do funcionalismo em dia”, alegou.
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Telmo ainda fez uma deferência especial aos atuais secretários da Fazenda, Marcelo Gaedke, e do Planejamento, Jeferson Gerhardt. Lembrou que Gaedke comandou o programa Mapa da Cidade, que permitiu uma atualização da base de dados cadastrais do município e turbinou a arrecadação da Prefeitura, e afirmou que Gerhardt teve grande participação na conquista dos sucessivos superavits. “Vão lembrar desses nomes durante longo tempo”, disse.
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O prefeito também afirmou, sem dar detalhes, que pretende tomar providências em relação à atuação da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) no município. “Vou me deter com calma e transparência sobre a situação da Corsan. E vou tomar decisões a respeito”, limitou-se a dizer.
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Recursos para vacinas
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Às vésperas do envio do orçamento de 2021 à Câmara de Vereadores, Telmo revelou ainda que deixará recursos reservados para a futura campanha de vacinação contra a Covid-19 no município. Nesta semana, o Ministério da Saúde confirmou a intenção de começar a aplicação de vacinas no mês de março. “O governo está deixando recursos no orçamento, oriundos do superavit, para que a próxima gestão possa aplicar na logística que envolverá a campanha de imunização em Santa Cruz, e até mesmo na compra de doses, se necessário”, afirmou.
A Prefeitura também comunicou que licitou a compra de 15 câmaras de conservação de imunobiológicos para armazenar as vacinas. Os equipamentos devem chegar no ano que vem, e o investimento é de mais de R$ 200 mil. Ainda em 2019, já haviam sido adquiridas 11 câmaras pela Secretaria de Saúde.
“Vou até o fim”, diz sobre saúde
Na manifestação, Telmo, que tem 76 anos, também fez menção aos rumores sobre seu estado de saúde. O prefeito faz tratamento contra um câncer há pelo menos dois anos, mas vem se mantendo discreto sobre sua situação. A única vez em que falou sobre o assunto publicamente foi em maio do ano passado, quando, diante de uma série de boatos, garantiu que não se afastaria do cargo e que seus problemas estavam “sob controle”.
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Embora não tenha dado nenhum detalhe, Telmo afirmou que irá concluir o mandato. “Vou até o fim, tranquilamente. Tenho fôlego e gás para isso. A Prefeitura anda e anda muito bem. E estou muito bem assessorado”, alegou. O prefeito também negou que haja qualquer prejuízo ao andamento do governo. “Não há projeto parado na Prefeitura. As obras estão andando e muitas ainda vão acontecer.”
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