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Tecnologia

Aquecimento solar é alternativa para fazer a cura de tabaco

Modelo testado proporcionou redução do consumo de lenha e de energia elétrica

A energia solar térmica é a nova aliada dos agricultores para a cura de tabaco. Graças às pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento (Adet), da Japan Tobacco International (JTI), em parceria com a empresa MJF Indústria e Manutenção de Máquinas, a tecnologia agora está disponível aos produtores em uma nova proposta de estufa para a cura de tabaco. A novidade marca o Dia Nacional da Cultura e da Ciência, comemorado nesta quinta-feira, 5, pois apresenta resultados de uma pesquisa que pode alterar o modo de trabalho de muitas pessoas, incentivando uma prática sustentável.

No equipamento, a energia solar é utilizada para o aquecimento do ar que, posteriormente, é aplicado no tabaco. Em dias ensolarados, a estufa é capaz de realizar as duas primeiras fases do processo – amarelação e murchamento – sem a necessidade de queima de lenha como no sistema convencional. Já para as fases de secagem da folha e do talo, a energia solar atua de maneira complementar. O sistema também conta com controlador de cura, paredes antichamas e inversores de frequência que auxiliam no controle do fluxo interno de ar.

Segundo o supervisor de mecanização do Adet, Janquiel Züge de Oliveira, a iniciativa possibilita o aumento da eficiência energética e a redução do consumo de lenha e de eletricidade. Isso se comprova no estudo realizado, que apontou a redução de 28,8% no consumo de lenha, na comparação com uma estufa de mesmo modelo que não utiliza a nova tecnologia. Já o custo com energia caiu de R$ 1.005,00 para R$ 576,99 durante o ciclo de colheita da safra, segundo produtor que já testou o modelo. “Se compararmos com uma estufa sem nenhuma melhoria técnica (convencional), podemos falar de uma redução de até 78% de consumo de lenha. E os benefícios são ainda maiores”, ressalta Oliveira.

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Menos poluição
O modelo desenvolvido possibilita a diminuição da emissão de gases do efeito estufa e a redução da mão de obra. “Em um sistema convencional, é preciso que o agricultor alimente a estufa com lenha diversas vezes ao dia. Como esse modelo reduz a utilização dessa fonte de calor, há menos geração de poluentes e menor necessidade de abastecimento da estufa, portanto, menos mão de obra envolvida no processo de cura”, destaca Oliveira. Essa percepção é comprovada pela experiência do agricultor João Batista Goettems, de Arroio do Tigre, que teve uma estufa com aquecimento solar instalada na propriedade para os estudos do Adet na safra 2019/2020. “É um equipamento simples, de fácil manuseio e em dias quentes, nas fases de amarelação e murchamento, a estufa praticamente não demanda lenha, curando somente com o aquecimento solar e, dessa forma, me liberando para outras atividades”, afirma.

O gerente do Adet, Mauro Luiz Feuerborn, ressalta que o foco da JTI é sempre desenvolver novas soluções e identificar alternativas e parceiros de negócio com um olhar atento ao aumento de qualidade, redução da emissão de gases e produção de tabaco sustentável. “O desenvolvimento dessa estufa, voltada aos agricultores familiares, representa o nosso compromisso com a sustentabilidade do meio ambiente e da própria agricultura. Sabemos que precisamos planejar um futuro em que pode ter escassez de mão de obra, além de pensar no aumento da qualidade de vida dos produtores, e essa é uma solução que consegue agregar todas essas questões”, afirma.

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Segundo ele, a implementação desse sistema nas propriedades integradas da empresa pode ser financiada pela JTI mediante análise de crédito dos produtores. Logo, um modelo poderá ser visitado no Adet mediante agendamento.

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