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Memória

A Gazeta esteve lá: no Taim, com a Unisc, em 1995

Criação da estação ecológica ocorreu em 1978

Os trabalhos de campo desenvolvidos no curso de Biologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) levaram duas turmas de alunos, nos dias 28 a 30 de abril de 1995, a assistir aulas práticas na Banhado do Taim. E a Gazeta do Sul acompanhou o grupo na busca por mais conhecimentos sobre a flora e a fauna da estação ecológica, localizada nos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, reconhecida como uma das áreas úmidas mais importantes do planeta. A opção pela área foi dos próprios acadêmicos.

A criação da Estação Ecológica do Taim ocorreu por meio de decreto federal em 21 de junho de 1978, sendo mantida na época pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) – atualmente, a administração está a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A área de 32.815 hectares é cortada pela BR-471 num trecho de 15 quilômetros, sendo limitada ao norte pela cidade de Rio Grande, a oeste pela Lagoa Mirim, a leste pelo Oceano Atlântico e ao sul pela Lagoa Mangueira – e pelo município de Santa Vitória do Palmar. A área possui uma paisagem tipicamente costeira, com uma desértica região de dunas de areia e também de terras baixas, com alagados e matas.

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Grupo improvisou laboratório para as pesquisas

A implantação da reserva teve por objetivo preservar o último ecossistema de banhados no Rio Grande do Sul e proteger o cisne de pescoço preto, ave que estava em extinção. A área antigamente era ocupada por caçadores. Na época, ela ainda não estava livre de invasões e da ação de caçadores e pescadores. O então superintendente da sede da estação, Alfredo Teixeira de Oliveira, explicou que os limites inicialmente foram mal demarcados, ficando grande parte da mata fora da reserva.

Outro grande problema é a mortandade de animais da reserva devido ao atropelamento por automóveis, a invasão de gado ou a caça. O supervisor da sede da estação na época apresentou um levantamento feito nos anos de 1989, 1990 e 1991, que registrou a morte de 3.900 animais em acidentes com carros. Explicou que a área onde mais ocorreu a mortandade se localiza próximo ao Arroio Taim, que foi drenado para a construção da BR-471 e os animais acabaram perdendo a rota, pois o curso da água é a única ligação da Lagoa Mirim com o Oceano Atlântico.

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Alunos puderam observar fenômenos da natureza

O professor de Ecologia da terceira turma na época, Antônio Batista Pereira, explicou que a saída de campo era fundamental para os alunos viverem mais próximo da realidade. Na expedição ao Taim, houve a realização de análises da água e a verificação de habitat dos animais. Já o professor Jair Putzke, da disciplina de Botânica da primeira turma, orientou estudos sobre as plantas encontradas na estação. O número de espécies de aves existentes na área, catalogadas até a época, chegou a 230. A quantidade de animais mamíferos na região somava 93 e de peixes atingiu 60. A flora no banhado também é rica em espécies.

Capela junto à Lagoa Mirim existe desde 1844

Na beira da Lagoa Mirim, há um lugar especial para visitas. A Vila Taim é formada por uma capela construída em 1844, ao redor da qual se formou um pequeno povoado de casas antigas e outras mais recentes. A praia se estende até onde a visão pode alcançar.

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