Com a impossibilidade de encontros e reuniões presenciais por causa da pandemia, as ferramentas para videoconferências virtuais se popularizaram nos últimos meses. Entretanto, assim como qualquer mecanismo online, cuidados são necessários. Conforme as configurações, as plataformas podem ficar suscetíveis a pessoas com más intenções.

Tais situações ocorreram em assembleias cujo objetivo era discutir questões sobre a Consulta Popular. Os problemas começaram durante a manhã de 8 de setembro, na reunião do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). Em certo momento, desconhecidos começaram a postar códigos e conteúdos pornográficos no chat. “Algumas pessoas estavam com o microfone aberto. Tinha música alta, utilizavam palavras ofensivas. Com isso, os organizadores decidiram encerrar a reunião”, conta Diana Anton, secretária operacional do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede/VRP), que acompanhava a conferência.

O fato deixou Diana receosa em relação ao encontro online do Corede/VRP, marcado para a tarde do mesmo dia. Ao invés de usar o Google Meet, como foi o caso do Codevat, a plataforma escolhida para o Corede pelo Departamento de Desenvolvimento Regional do Estado foi a Cisco Webex. O único problema foi a postagem de códigos maliciosos no chat. Por questões de segurança, as câmeras e microfones não foram liberados. “Como as reuniões do Corede são participativas, não deu muito certo. Acabamos reagendando para o dia 10”, explicou Diana.

Desta vez, o encontro foi realizado pelo Google Meet. “Tudo se encaminhava bem. No fim da reunião, uma pessoa começou a inserir conteúdo pornográfico. Tivemos que encerrar imediatamente.” Diana aponta que há uma dificuldade de triagem de quem é aceito para participar, já que se tratam de assembleias abertas à comunidade. “Não conhecemos todas as pessoas do Vale do Rio Pardo. Então, pode acontecer de autorizarmos a participar alguém com más intenções.”

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Fato pode se transformar em caso de polícia
Segundo o administrador de redes da Unisc, Cristiano Maynart Pereira, as ferramentas de reuniões online permitem criar salas que podem ser acessadas por meio de um código ou somente para pessoas que foram explicitamente convidadas. Em alguns casos, geralmente em eventos maiores, os códigos são divulgados de forma aberta ou repassados indevidamente. Por isso, se não houver controle por parte do organizador, pessoas indesejadas podem ter o acesso concedido apenas com o código da reunião, sem precisar de conhecimento avançado de informática.

No caso da Unisc, as reuniões virtuais são realizadas pelo Google Meet. De acordo com Maynart, não houve nenhuma vulnerabilidade de acesso conhecida até o momento. No caso do Zoom Meetings, uma falha foi descoberta neste ano e corrigida. Durante um período, muitas reuniões acabaram invadidas.

Se alguém mal-intencionado entrar na reunião ou um convidado cometer algum ato de violência gratuita, como exibir imagens pornográficas ou emitir insultos, o organizador pode rapidamente identificá-lo e tomar uma ação, como desconectar o agressor. Em casos mais graves, se a identificação não for possível, aconselha-se a tomar medidas cabíveis, como o registro de Boletim de Ocorrência na Delegacia Online (delegaciaonline.rs.gov.br).

A polícia, em conjunto com o provedor de serviço, tem condições de identificar o indivíduo, mesmo que se utilize uma identificação de acesso falsa. Muitas ferramentas permitem fazer a gravação da reunião. Se esse recurso estiver habilitado, ele pode servir como evidência em uma investigação.

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Confira dicas para garantir mais segurança nas salas virtuais
– somente convidados podem participar sem solicitar acesso;
– não permitir a entrada de participante anônimo;
– as pessoas não convidadas explicitamente podem acessar apenas mediante solicitação;
– a liberação do acesso deve ser cuidadosamente verificada para cada solicitante;
– desativar o compartilhamento de tela e autorizar somente para o apresentador;
– desativar o envio de mensagens no chat

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