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AGRICULTURA

Ministério identifica fungos, bactérias e ácaro em sementes não solicitadas

No País, já foram registrados 258 casos de recebimento dos pacotes com sementes, vindos do exterior

O Ministério da Agricultura identificou fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil) em pacotes de sementes não solicitados que chegaram ao país e foram encaminhados para análises. Após testes laboratoriais, foi verificada a presença de ácaro vivo em uma amostra; de três fungos diferentes em 25 amostras; de bactéria em duas amostras; e possibilidade de pragas quarentenárias em quatro amostras (como plantas daninhas).

Toda a análise é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, referência no país. Já foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, e no Distrito Federal. Os pacotes teriam vindo, supostamente, de quatro países da Ásia. A expectativa é que em 30 dias haja um detalhamento maior dos resultados das análises.

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Em entrevista coletiva virtual nesta terça-feira, 6, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, José Guilherme Leal, destacou que o material não tem certificação, por isso está sendo realizada uma “pesquisa do zero” para identificar os micro-organismos presentes nas sementes. Ele destacou que estão sendo tomadas todas as medidas para impedir a introdução de novas pragas no país.

Assista à coletiva do Mapa sobre as análises:

Pacotes de sementes não encomendados devem ser entregues à inspetoria

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) orienta a população – principalmente os agricultores – que, caso recebam pacotes de sementes não encomendados, entreguem o material à inspetoria ou escritório de defesa agropecuária mais próximo. Em Santa Cruz do Sul, o órgão fica na Avenida João Pessoa, 199.

“O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, nem o material ou as sementes devem ser cultivados ou descartados no solo sob nenhuma hipótese, a fim de evitar que essas sementes atinjam o meio ambiente e áreas agrícolas do Estado”, alerta Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.

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Na coletiva desta tarde, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, destacou, ainda, que as pessoas que entregarem os pacotes não precisam temer punições. “O cidadão que receber esse material pode entregar para o órgão de agricultura que ele não vai ser de forma alguma penalizado. Ele está fazendo uma colaboração da proteção da agropecuária do Brasil e também evitando o contato com um material que possa ter um risco até para a saúde”.

Outros canais para comunicação de recebimento de sementes não solicitadas do exterior são os telefones e contatos da divisão de Defesa Sanitária Vegetal:
Telefones: (51) 3288-6289 e (51) 3288-6294
WhatsApp: (51) 98412-9961
E-mail: [email protected]

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Apreensões

Do ano passado para este ano, houve um aumento de cerca de 150% (passando de 2 mil por mês para 5 mil por mês) no número de apreensões desse tipo de material na central de distribuições dos Correios em Curitiba, onde é centralizada a inspeção de pacotes de menor peso (até 2 quilos).

O diretor do Departamento de Serviços Técnicos, José Luís Vargas, explicou que todos os pacotes passam por escaneamento e também pelo cão farejador Thor, treinado no centro de detecção do Mapa. Quando identificada alguma suspeita, o material é encaminhado para o Ministério da Agricultura.

“O risco é desconhecido, então o alerta é máximo. Quando fazemos viagens internacionais também não devemos trazer esses produtos. Isso coloca nossa agropecuária em risco, todo o nosso bioma, pois não sabemos o potencial de danos desse material ao Brasil”, ressaltou Vargas.

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No primeiro semestre deste ano, a fiscalização interceptou 33.734 caixas ou envelopes contendo partes de vegetais (folha, flores e caules), material de propagação vegetal (mudas, bulbos), produtos vegetais que apresentam risco, sementes e outros na central em Curitiba. Do total, 26.111 foram destruídos, 2.383 foram devolvidos ao local de origem e 5.240 liberados após checagem da documentação.

Investigação

Inicialmente, a investigação está sendo feita apenas na esfera administrativa pelo Mapa. Segundo o secretário José Guilherme Leal, após o recolhimento de todas as informações, será feita interação com as autoridades fitossanitárias dos países que supostamente fizeram o envio do material. Caso seja necessário, outros órgãos, como autoridades policiais, poderão ser acionados. Ele informou que “ainda não há elementos para afirmar se é uma ação intencional” para introdução de uma praga no Brasil. O diretor Carlos Goulart afirmou que nenhum país relatou ter recebido material proveniente do Brasil.

Com informações do Governo do Estado do RS e do Ministério da Agricultura

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