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De Santa Cruz a Tabaí, a RSC-287 coleciona problemas

Foto: Alencar da Rosa

Blitz Gazeta encontrou buracos e desníveis, tanto na faixa de trânsito quanto no acostamento, ao longo do trecho da RSC-287 entre Santa Cruz do Sul e Tabaí

A principal ligação do Vale do Rio Pardo com a Região Metropolitana apresenta vários trechos com problemas. Nos 72 quilômetros da RSC-287 situados entre o início da concessão, em Tabaí, até o viaduto Fritz e Frida, em Santa Cruz, a rodovia coleciona falhas estruturais, tanto na pista quanto no acostamento.

Saindo de Santa Cruz do Sul em direção a Tabaí, o primeiro trecho com problemas aparece logo após o pedágio de Venâncio Aires, apenas 17 quilômetros após o ponto de partida. O trajeto entre os quilômetros 83 e 82, na direção de Venâncio Aires, tem falhas entre o acostamento e a terceira faixa.

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Ondulações que ameaçam a segurança dos motoristas aparecem em vários trechos

Menos de dez quilômetros à frente, no quilômetro 77, a sinalização está em péssimas condições, assim como o acostamento da rodovia. Acima, no acesso ao campus da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) de Venâncio, entre os quilômetros 72 e 71, a pista apresenta ondulações e o acostamento está praticamente destruído.

A partir do quilômetro 65, no interior de Venâncio Aires, as falhas na pista recomeçam nos dois sentidos. Poucos quilômetros à frente, já no município de Bom Retiro do Sul, além de ondulações no asfalto, também segue danificada a proteção da ponte sobre o Rio Taquari, derrubada por um caminhão no mês passado. O acidente aconteceu em 8 de setembro e o local está sem sinalização para alertar os motoristas sobre o perigo.

No acostamento, buracos e desníveis são constantes entre Santa Cruz do Sul e Tabaí

Já próximo ao acesso de Taquari, entre os quilômetros 43 e 44, a pista apresenta ondulações nas duas faixas. Em alguns trechos, fica difícil sair do acostamento para ingressar na rodovia, por causa do desnível da estrada. Dez quilômetros à frente, já no município de Tabaí, as ondulações no asfalto voltam a aparecer. O trecho final da área concedida à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) fica no quilômetro 28. Nos dois últimos quilômetros, apenas as áreas de acostamento estão danificadas.

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EGR diz que investe R$ 1 milhão por mês

A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), atual concessionária dos 204,5 quilômetros da RSC-287, afirma que investe aproximadamente R$ 12 milhões anuais, considerando material e mão de obra, além de R$ 3,5 milhões para serviços de conservação rodoviária, limpeza e roçadas.

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A empresa informou à Gazeta do Sul que executou obras de restauração do quilômetro 37 ao 67 e do quilômetro 87 ao 99. Também houve tratamento na camada asfáltica do 28 ao 37. O tratamento dos trechos, com reparos na estrutura e recomposição da camada asfáltica, chega a 54%.

Ainda com relação à manutenção, a EGR destaca que deu início a um trabalho de recomposição da camada asfáltica no trecho de Venâncio Aires. Encontra-se ainda em fase final o projeto de recomposição de todo o trecho Tabaí -Venâncio Aires. De acordo com a empresa, essa obra está orçada em R$ 29 milhões.

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Rodovia dá lucro de R$ 447 mil em um mês

Os balancetes divulgados pela EGR, tendo como referência junho – último mês disponível para consulta –, mostram que a RSC287 gerou naquele mês um resultado positivo de R$ 447.455,00. O valor é a diferença entre o total arrecadado nas duas praças, menos as despesas de operação e manutenção da rodovia.

A praça de Venâncio responde pelo maior faturamento, com a média mensal de R$ 2,4 milhões. Em Candelária, o total arrecadado foi de R$ 1,6 milhão no período.

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Concessão prevê obras logo após o contrato

O recém-lançado edital para a concessão da RSC-287 prevê que, assim que for assinado o contrato para gestão da rodovia, terão início as obras de recuperação da estrada. O primeiro ano de contrato, inclusive, é dedicado para a recapagem geral dos 204,5 quilômetros entre Tabaí e Santa Maria.

A partir do segundo ano de contrato começa a instalação das praças de pedágio. Serão mais três, uma em Taquari e outras em Cerro Branco e Santa Maria. A partir do terceiro até o 11º ano de concessão ocorrerá a duplicação da rodovia, cláusula decisiva para a realização do leilão.

Com a publicação do edital, no último dia 22, o Estado programa para dezembro o leilão da 287. O pregão será realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, e estão de olho três grandes grupos empresariais que operam em rodovias nacionais.

Vence o edital a empresa que ofertar o menor valor de tarifa de pedágio, com o teto de R$ 7,37. O contrato para exploração da 287 será válido por 30 anos e prevê um investimento de R$ 2,7 bilhões na manutenção e duplicação dos 204,5 quilômetros de rodovia.

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Concertos pioram o acostamento

Há 32 anos, Valdemar Marques Saldanha tem uma borracharia às margens da RSC-287, no município de Taquari. Segundo ele, nessas três décadas, o pior período, no que se refere à manutenção da rodovia, são os últimos anos. “Não faz muito tempo que todo este trecho aqui foi recapado. Fizeram o asfalto sem melhorar as condições do acostamento”, explicou. Segundo ele, após a última manutenção feita no trecho, o acostamento ficou pior do que estava antes.

Saldanha conta que, diariamente, atende de três a quatro pedidos de socorro de caminhoneiros com pneus estourados na 287. “O asfalto não é só a pista pela qual passam os veículos, a qualidade do acostamento é muito importante para a qualidade do tráfego.”

O borracheiro afirma que, pelo volume de trânsito que a RSC-287 tem, a qualidade do asfalto devia ser muito melhor. “O movimento de caminhões é muito grande aqui, na direção de Porto Alegre. Teríamos que ter uma estrada em condições, e duplicada”, frisou Saldanha.

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