Com o crescimento do futebol feminino no mundo, as oportunidades de trabalho também surgiram no mercado. E uma delas foi bem aproveitada por Michele Kanitz. Aos 29 anos, a santa-cruzense encarou o desafio e começou a exercer a função de analista de desempenho da seleção feminina do Equador. Desde o fim da semana passada, ela passou a residir na capital, Quito. A leitura do jogo é fundamental para repassar as informações de forma clara e objetiva à treinadora e amiga, a brasileira Emily Lima, que fez o convite para que Michele aceitasse a nova missão.

Os primeiros contatos surgiram no fim do ano passado, quando a santa-cruzense concluía o curso da CBF para obter a licença A, voltada ao profissional que atua ou deseja atuar no futebol na condição de treinador em equipes profissionais. “Ela conversou comigo sobre o projeto da seleção feminina do Equador e que, assim que possível, gostaria de contar comigo. Durante o ano conversamos sobre essa possibilidade, mas a pandemia atrasou um pouco a minha vinda para cá. Neste mês, ela me fez o convite para integrar a sua comissão técnica. Praticamente do dia para a noite, organizei as minhas coisas e vim”, explica Michele.

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O processo de análise de desempenho em uma seleção torna-se mais amplo, segundo a santa-cruzense. “Na quinta-feira, em Quito, e no sábado (passado), em conjunto com a Camila Lima (auxiliar-analista), analisamos in loco duas partidas, monitorando atletas especificas para possíveis convocações.”

Segundo Michele, a coleta de dados compreende questões táticas técnicas, físicas e até mesmo, psicológicas das atletas. “Quando iniciam as competições, as análises são especificas para os nossos treinamentos e jogos, analisando os comportamentos que foram trabalhados conforme o modelo de jogo da Emily. Também fazemos a análise dos adversários, para extrair o máximo de informações que possam contribuir para as nossas estratégias de jogo”, ressalta.

Ex-técnica da Ferroviária (SP), ela está diretamente ligada ao futebol feminino há dois anos e meio. No total são nove, incluindo o masculino. A recompensa não poderia ter vindo de outra maneira.

“Isso representa a minha história de esforço, dedicação e de busca constante para o meu desenvolvimento profissional e pessoal. Estar aqui representa tudo o que já passei no futebol, visando sempre melhorar a cada dia. E hoje eu estou muito feliz e realizada”, destaca a santa-cruzense.

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Trabalho começou a ser executado no Galo, em 2015

A função de analista de desempenho não é novidade para Michele Kanitz. A convite do presidente Tiago Rech, ela trabalhou no Santa Cruz durante a disputa da Série A2 do Campeonato Gaúcho, em 2015, além de outros clubes.

“Atuei no Corinthians por um ano e meio como auxiliar técnica e analista de desempenho. Trabalhei na comissão técnica do Osmar Loss como analista da sua equipe, além de uma parceria com empresários brasileiros e argentinos, analisando atletas sub-20 e profissional”, explica Michele. Ela trabalha ainda como instrutora da Conmebol no desenvolvimento da modalidade, há três anos.

Ela entende que o futebol passa por um processo de evolução. “A modalidade vem em uma constante crescente. Entender a realidade é o principal ponto para iniciar as estratégias de desenvolvimento. Assim pode-se contribuir em melhores estruturas, apoio de mídia e de patrocinadores e do público em geral”, enfatizou.

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