O Rio Grande do Sul vivia, neste ano, um momento de desenvolvimento na geração de emprego e renda. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, indicam que o Estado chegou à marca histórica de 2.816.291 trabalhadores formais em março. É a maior quantidade de vínculos ativos da série iniciada em janeiro de 2020. Mas a catástrofe natural do início do mês trouxe, junto com a tristeza pelas mortes e danos materiais, a incerteza sobre o futuro desses empregos.
Levantamento da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) mostra que a preocupação com o setor produtivo não é em vão. Somando as atividades econômicas, constatou-se que 94,3% foram afetadas de alguma forma. “Os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do Estado, impactando segmentos significativos para a economia”, afirma o presidente em exercício da Fiergs, Arildo Bennech Oliveira.
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No Vale do Rio Pardo, o destaque foi para os prejuízos em dois setores: alimentos, incluindo carnes e massas, e tabaco. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Santa Cruz do Sul, César Cechinato, destaca que a principal área empregadora local – a indústria da transformação, com beneficiamento do tabaco e cigarreiro – vai manter os índices de empregabilidade previstos até o final desta safra. “Como a safra 2023/2024 está quase toda ‘dentro de casa’, está sendo processada”, explica.
Santa Cruz, assim como o Rio Grande do Sul, vinha mantendo bons índices de geração de vagas com carteira assinada. Com 6.575 contratações na soma do primeiro trimestre, foi o município com melhor saldo no Estado. Somente em março foram 1.142, ficando atrás apenas de Porto Alegre e Venâncio Aires, que contabilizou 1.583 (também pela influência da indústria da transformação do tabaco).
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Enquanto as indústrias fumageiras devem manter os indicadores previstos, os demais segmentos podem ser prejudicados pela dificuldade do fluxo de matérias-primas e transporte. “Estes poderão ter que recorrer às prováveis e necessárias medidas do governo federal para preservação de emprego e renda”, destaca Cechinato.
Comércio e serviços podem sofrer impactos pelas condições de infraestrutura logística do Estado. O presidente do Sindilojas, Mauro Spode, enfatiza que o setor é bastante dinâmico, mas sente as consequências da falta de renda e oportunidades, por ser um segmento de característica regional. “Acaba sendo muito influenciado também pelo setor primário, o que de certa forma nos preocupa um pouco também. Estamos trabalhando forte para dar apoio ao lojista, especialmente no reforço e valorização do comércio local, para fazer frente à situação”, garante.
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Spode frisa que as ações relacionadas à renda aparecem como pontos positivos. “Segmentos como móveis, eletrodomésticos e materiais de construção tendem a ter maior procura, impulsionados pela necessidade de reforma da casa, aquisição de bens perdidos nas enchentes”, analisa.
Outra área que terá demanda é a da construção, com atuação forte para reerguer moradias e a infraestrutura, como as rodovias danificadas. O setor primário, observa Cechinato, é um dos que precisarão de muito incentivo para a reconstituição de solos e sua fertilidade. Ele explica que parte dos produtores já havia aplicado adubo, trabalho que deverá ser refeito.
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