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79 anos: conheça a trajetória de profissionais que fazem a Gazeta do Sul há décadas

Foto: Rafaelly Machado

79 anos: conheça a trajetória de profissionais que fazem a Gazeta do Sul há décadas

Hoje, a gráfica tem capacidade de imprimir até 25 mil exemplares/hora, com o sistema de impressão rotativa. A tiragem impressa da Gazeta do Sul varia de oito a dez mil exemplares, sem contar os assinantes digitais

Muitos foram os que contribuíram para que a Gazeta do Sul chegasse aos seus 79 anos. Muitos são os que seguem contribuindo para que, daqui a exatos 12 meses, se alcancem oito décadas de trabalho prestado à comunidade regional. Graças ao talento, ao comprometimento e a responsabilidade assumida por profissionais das mais variadas áreas, o jornal (e leia-se também a Gazeta Grupo de Comunicações) é o que é hoje.

Referência como um dos maiores veículos de comunicação impressa do interior do Estado, destaca o nome de Santa Cruz do Sul pelo Rio Grande do Sul afora. E, ademais, não soaria exagero afirmar que pelo mundo também, haja vista o conteúdo ser reproduzido na versão digital. Dentre esse time de profissionais, alguns seguem imersos em suas funções há décadas e são testemunhas do desenvolvimento constante do jornal.

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Para enaltecer a importância de cada um e cada uma que somou (e soma) esforços em todos esses anos de atividade ininterrupta da Gazeta do Sul, este especial irá retratar a trajetória de quatro profissionais.

Benno Kist/Redação, 49 anos de Gazeta

Levando em consideração a data de ingresso na Gazeta do Sul, em dezembro de 1974, Benno Bernardo Kist, 68 anos, soma quase meio século de ligação com a empresa. Entretanto, seu tempo de atuação efetiva soma 37 anos, já que em três momentos precisou se desligar das atividades na Redação para se dedicar a outras funções – de assessor parlamentar e secretário municipal. Outra experiência acumulada na política foi de vereador, a qual lhe permitia, à época, conciliar o trabalho no jornal.

Essa trajetória começaria com uma dose de ousadia. Tão logo concluiu os estudos no antigo Seminário Franciscano, em Taquari, onde já havia participado ativamente da produção de um jornal chamado “O observador”, foi em busca de emprego. O fato de ter estudado grego e latim, o que lhe proporcionou profundo conhecimento de português, bem como de seus pais serem assinantes da Gazeta do Sul, contribuiu para que ele tivesse o ímpeto de pedir uma oportunidade de emprego.

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“Peguei carona com o meu pai, numa das vindas dele até a cidade, e cheguei na Gazeta. Ele tinha estacionado o carro praticamente em frente ao jornal porque tinha compromissos ali por perto. Então, pensei, “por que não?” e fui falar com o gerente administrativo. Expliquei que tinha me formado, que tinha experiência e ele me disse que não tinha vaga. O seu Francisco Frantz [fundador da Gazeta] ouviu essa conversa de uma sala ao lado e me contratou, depois de eu ter dito que tinha estudado grego e latim no Seminário”, lembra.

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Naquele tempo, o jornal circulava às terças, quintas e sábados e a equipe era formada por cinco repórteres e um fotógrafo. Benno começou fazendo de tudo, desde a revisão até a redação de classificados e anúncios.

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“Na época, os redatores também faziam publicidade e atendiam um número determinado de empresas. Foi de 1979 para 1980, já sob a gestão do atual diretor-presidente André Jungblut, que se dividiram os departamentos de publicidade e redação. Foi também que se contratou a primeira pessoa com formação em Publicidade e Propaganda”, conta. Uma curiosidade desse período é que Benno chegou a ser sócio da primeira rádio da Gazeta, hoje a FM 107.9, tendo vendido a sua cota anos mais tarde.

O ingresso no jornalismo especializado

Em 1999, em um dos seus retornos à empresa, Benno passou a integrar a Redação da recém-formada Editora Gazeta e então se especializou em pautas do agronegócio, área na qual já tinha sua maior base de atuação. Isso porque ainda nos anos 80, segundo conta, já redigia e editava um suplemento rural que era encartado na Gazeta do Sul e, mais tarde, seria o “embrião” dos anuários da Editora. “Esse suplemento já destacava as coisas positivas e as novas técnicas que estavam sendo implantadas na área agrícola e na agropecuária”, explica.

Atualmente, em torno de dez anuários são publicados. O primeiro deles foi o do Tabaco, justamente por ser o principal produto da economia regional. “Há 30 anos, o Brasil se mantém como principal exportador mundial de tabaco e os anuários ajudaram a consolidar isso. Afinal, é um produto gráfico que reúne dados importantes sobre a cadeia produtiva e sempre serviu de base de pesquisa para os produtores e o mercado. A Editora também tem trabalhado os aspectos positivos do agronegócio brasileiro, hoje um dos setores de destaque da economia nacional”, acrescenta.

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Ainda sobre os anuários, Benno observa ser a única publicação nacional bilíngue nas cadeias exportadoras, com excelente apresentação gráfica e conteúdo criteriosamente elaborado. Após a pandemia, ele assumiu como redator responsável e coeditor. Ao falar sobre sua trajetória, cita o contentamento de ter participado ativamente, com a Gazeta, do progresso local e regional.

“O jornal sempre foi um ponto de apoio fundamental para todas as questões de interesse comunitário”, resume. Acerca do vínculo estabelecido com a Gazeta, a única empresa em que atuou, é categórico ao afirmar que não se vê trabalhando em outro local e nem em outra profissão. “Me gratifica muito trabalhar na empresa e na profissão. Mesmo com seu crescimento, o grupo Gazeta manteve sua linha familiar.

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Zé Borowsky/Redação, 44 anos de Gazeta

Com “as carteiras” de trabalho em mãos, José Augusto Borowsky, 69 anos, confere a data em que fora admitido pela Gazeta do Sul: 8 de novembro de 1979. São 44 anos de relação com a empresa e, obviamente, com a comunicação. Na prática, a maioria de seus anos já vividos. Formado em Letras, começou a vida profissional no Jornalismo sete anos antes, na Rádio Venâncio Aires, em sua cidade natal. No ano seguinte, em 1973, chegaria a Santa Cruz para trabalhar como locutor da Rádio Santa Cruz e, mal poderia supor, construir uma carreira de tantas décadas numa mesma empresa: a Gazeta.

Nesse ínterim, foi correspondente local do grupo Caldas Júnior e enviava conteúdo por telefone para o Correio do Povo e eventualmente à Rádio Guaíba; repórter do Riovale Jornal e assessor de imprensa da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul. O convite para integrar o time Gazeta viria através do falecido Ernani Aloísio Iser, que à época estava organizando a criação da Rádio Gazeta AM (hoje FM 107,9) e precisava de profissionais para a emissora.

Até a rádio entrar no ar, assumiu a redação da Gazeta do Sul para atuar como repórter de geral. Em maio de 1980, a rádio já estava funcionando e então começou a dedicar um turno para o jornal e outro para os microfones.

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Todavia, não demorou muito para que “Zé”, como é conhecido na redação, tivesse que fazer uma escolha. Diante da aprovação no concurso do Magistério e o início das atividades em sala de aula, como professor de Português e Literatura, precisou deixar a emissora.

Os anos se passaram e ele seguiu conciliando as atividades da redação da Gazeta com as do magistério. Já aposentado da sala de aula, mas com igual disposição para seguir ativo, Zé aceitou um desafio que mudaria sua forma de atuar na redação.

“Com o falecimento do Guido Kuhn, que por muitos anos havia sido diretor de redação na Gazeta e ultimamente se dedicava à publicação de uma coluna pessoal, contando fatos antigos, o espaço ficou em aberto e eu recebi o convite para assumir”, conta. Esse espaço, no entanto, ganharia um novo nome e forma de apresentação. Era aí que surgia, em 28 de agosto de 2011, a coluna Memória, uma seleção de histórias antigas e outras já publicadas pela Gazeta do Sul, com textos curtos e fotos da época em que ocorreram.

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A nova seção circula, desde então, na página 3 das edições de segunda-feira. A triagem do conteúdo é feita em pesquisas de arquivo e com base nas sugestões dos próprios leitores. “A coluna dá visibilidade para fatos que, por vezes, não receberam destaque na época em que aconteceram ou não tiveram a devida notoriedade”, informa Zé.

“O retorno é fantástico. Algumas pessoas ligam para dizer que gostaram, agradecer a veiculação ou então para contar que lembraram daquela história lendo a coluna. No jornalismo diário, nem sempre a gente tem esse retorno e o alcance da coluna tem sido muito bom nesse sentido”, acrescenta.

“Aqui construí amizades e conheci muitas pessoas”

É com a frase acima que Zé define a sua relação com a Gazeta. Ele observa que nessas mais de quatro décadas, boa parte da sua vida pessoal foi construída a partir das vivências com o grupo. Dentre as inúmeras situações ou pessoas que lhe marcaram, cita a figura de Francisco José Frantz, fundador da Gazeta do Sul, com quem conviveu por algum tempo. “Ele era jornalista e, por isso, participativo na redação. Era uma pessoa que sempre procurava incentivar o nosso trabalho e tinha o hábito de elogiar o que fazíamos”, sublinha.

Derli Gonçalves/Diagramação, 42 anos de Gazeta

Em setembro de 1981, a Gazeta do Sul anunciou a abertura de vaga no setor de montagem e orientou que os interessados em participar da seleção enviassem um desenho de próprio punho. Um deles foi enviado por Derli Antônio Gonçalves, na época recém-formado no Ensino Médio. Selecionado, juntamente com outro candidato, foi efetivado uma semana depois para o cargo que exerce até hoje, há 42 anos. Dentre os colaboradores da Gazeta do Sul, Derli é o que tem mais tempo de permanência ininterrupta na mesma função.

Do alto de seus 60 anos e com senso de criatividade sempre apurado, ele lembra que começou a trabalhar com o diagramador da época, Cesar Barros, que já tinha atuado na Zero Hora. “Aprendi a profissão com ele. Trabalhamos juntos por uns oito anos e quando ele saiu, assumiu como titular”, diz. Observa que, embora não dispusessem de muitos recursos para explorar nas páginas, pois sequer possuíam acesso à internet naquele período, aprendeu com Barros a primar pela qualidade e a criatividade.

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Muitas foram as mudanças ocorridas e experimentadas nessas décadas. O processo de diagramação, praticamente artesanal, evoluiu a passos largos a partir da informatização, em meados de 1994. “No início, envolvia primeiramente a etapa de “desenho” [um esboço no papel]. A gente recebia os espelhos das páginas e colocava os títulos, as matérias, as legendas. Era passado cera, item por item, para colar no papel. As fotos eram feitas em outro setor”, explica.

Resumidamente, Derli detalha que seu trabalho dependia desses desenhos que formavam o espelho da página. “Se esse processo anterior fosse calculado errado, não fechava a diagramação final. As matérias eram feitas nas linotipos [consistia num processo de impressão feito através de uma máquina de composição de tipos de chumbo]. Depois da impressão no chumbo o papel ia para uma secadora, eram cortadas as tiras de texto e coladas no espelho da página. A partir daí se fazia a colagem em uma página branca, o filme no fotolito e só então se fazia uma chapa”.

Com o surgimento de softwares específicos, o processo de organização e montagem das páginas se tornou mais fácil, em função da quantidade de recursos que se consegue acessar, mas a criatividade continua sendo um diferencial. Autodidata, Derli sempre buscou conhecimento. “Fui aprendendo, pesquisando tutoriais e aperfeiçoando as técnicas que ainda não dominava. O nosso dia a dia exige imediatismo e nem sempre se aprende tudo em cursos”, comenta.

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Dentre os fatos que marcaram toda essa trajetória de aprendizado, Derli cita o dia de publicação da primeira edição colorida. “Foi um tumulto porque ninguém sabia como trabalhar com cores. Se tinha uma noção, mas tudo teve que ser aprimorado e melhorado”, acrescenta. Talvez tenha sido a partir daí, com todas essas incertezas superadas, que surgiu o famoso jargão que até hoje Derli fala para os colegas de redação, em dias de correria, de que “no fim tudo dá certo, se não deu é porque ainda não chegou ao fim”.

“Sempre teve gente competente”

Nesses mais de 40 anos de convívio na empresa, Derli ressalta que a Gazeta sempre teve muita gente competente trabalhando em todos os setores. Ele considera que esse é um dos motivos pelos quais a Gazeta do Sul já alcançou seus 79 anos de história. “São as pessoas e a competência delas que fazem uma empresa ter sucesso. Muitos jornalistas já passaram por aqui. E eu estou num setor com outros dois diagramadores extremamente competentes, o Rodrigo Sperb e o Paulo Meinhardt. Espero que a Gazeta continue por muitos anos e que o jornal impresso nunca acabe. Posso dizer, depois de 42 anos, que essa é uma empresa séria”, declara.

Ledânio Kappke/Gráfica, 33 anos de Gazeta

De entregador de jornal a supervisor de gráfica, Ledânio Kappke, mais conhecido por “Neco”, acumula uma trajetória de 33 anos de trabalho contínuo prestado para a Gazeta do Sul. Quando recebeu a primeira oportunidade, ainda adolescente, com 14 anos, não imaginava permanecer tantos anos na mesma empresa e, tampouco, assumir tamanha responsabilidade.

Os passos iniciais dessa caminhada foram dados em dezembro de 1990. Hoje, aos 47 anos, enquanto acompanha o crescimento da filha Kauane, de 13 anos, relembra que foi por volta da idade dela que sua vivência com a Gazeta começou.

Por quatro anos, Neco fez a entrega dos jornais na região central da cidade. Começava ainda à noite e ia até o clarear do dia. “Nos lugares mais distantes ia de bicicleta. Meus pais só deixaram com a condição de que, nas regiões de menos movimento e iluminação, eu fizesse a entrega no momento em que os funcionários que trabalhavam na antiga Souza Cruz estivessem indo para o trabalho também. Assim, eu andava com pessoas por perto e era menos perigoso”, revela.

Valendo-se dessa estratégia, ele permaneceu no trabalho com tranquilidade. Em 1994, recebeu convite para assumir uma vaga no setor de expedição e acumulou as duas funções pelos três anos que se seguiriam.

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Foi então que, em 1997, com a ampliação do parque gráfico da Gazeta do Sul, mudou para o setor de impressão. “Tinha sido feita a compra de um maquinário novo (uma torre de cor) porque as edições começariam a ser impressas coloridas e então se abriu vaga de trabalho. Como eu já conhecia bem o pessoal, me candidatei e troquei de setor”, comenta. Explica que suas primeiras atribuições foram na limpeza, manutenção e tiragem de jornal, onde fazia a conferência de cor.

E foi justamente da primeira impressão colorida da Gazeta do Sul que Neco participou. “Acompanhei o pessoal de longe. Lembro que tinha uma preocupação para fazer tudo certo e que a equipe fez vários testes, ainda na parte da tarde, antes de o jornal ser realmente impresso. A gente recebeu instruções e comandos básicos, mas com o tempo fomos aprendendo.”

Com o passar dos anos e o aprimoramento do trabalho, em 2019 Neco assumiu a supervisão da gráfica e hoje é responsável por comandar a pré-impressão, a impressão e a expedição. “Acompanho desde o recebimento dos arquivos até a impressão do jornal, faço orçamento para terceiros, agendamento das impressões e supervisiono a manutenção do maquinário. Aqui é o retoque final do trabalho e precisa muito da participação do impressor, porque nosso equipamento é manual”, salienta.

De modo geral, a Gazeta representa seu segundo lar. “A Gazeta é minha segunda família. Tem dias que passo mais tempo aqui. Muitos dos meus amigos, conheci aqui na empresa”.

Gráfica é referência em impressão no Estado

A gráfica da Gazeta do Sul possui 14 colaboradores atualmente. Segundo o diretor de Operações, Everson Ferreira, por estar localizada em região privilegiada, no centro do Estado, atende clientes de vários municípios.

Além da Gazeta do Sul e da Gazeta da Serra, que são os jornais da Gazeta Grupo de Comunicações, imprime as edições da Folha do Mate, de Venâncio Aires; do Jornal Ibiá, de Montenegro; do Jornal Estação, de Capela de Santana; do Jornal Paranhana, do Vale do Paranhana; do Jornal Integração, de Gramado/Canela; do Jornal Folha Popular, de Teutônia; e outros da Região Metropolitana.

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Hoje, a gráfica tem capacidade de imprimir até 25 mil exemplares/hora, com o sistema de impressão rotativa. A tiragem impressa da Gazeta do Sul varia de oito a dez mil exemplares, sem contar os assinantes digitais. A fim de reduzir custos, inclusive para os clientes, as bobinas de papel jornal são importadas de países como Canadá, Estados Unidos, Noruega e África. O consumo mensal de papel jornal é em torno de 35 toneladas. “Em dias de pico, chegamos a fazer até 28 impressões, entre as 17h30 e a 1h da manhã”, destaca Everson.

Além de jornais e materiais diversos, a gráfica imprime panfletos e demais produtos ligados às campanhas eleitorais.

Proximidade com as comunidades

O caráter regional da Gazeta do Sul, preservado desde seus primeiros anos de fundação, resulta da presença constante do jornal nos mais diversos locais

Embora noticie os fatos de Santa Cruz do Sul e da região, com mais ênfase a do Vale do Rio Pardo, é a presença constante da Gazeta do Sul nos lugares mais longínquos que reforça sua relação com as comunidades. E isso se dá com a contribuição de pessoas como Guido Stülp, 74 anos, hoje professor aposentado, mas que por quase 40 anos foi agente do jornal no interior e agora atua como colunista social.

Foto: Cláudia Priebe

“Seu Guido”, como é carinhosamente chamado, é “a cara da Gazeta” no distrito de Monte Alverne, onde construiu relações de amizade e, sobretudo, confiança. Primeiro, pelo seu comprometimento com os leitores e assinantes da Gazeta do Sul. Segundo, pela proximidade que sempre manteve, possibilitando àquela comunidade conhecer o trabalho feito com seriedade por toda a Gazeta Grupo de Comunicações.

Esse vínculo começaria a ser construído em meados dos anos 70, quando Guido mudou de Venâncio Aires para Santa Cruz do Sul. “Vim para trabalhar como professor em uma escola multisseriada, na localidade de Linha Vitorino Monteiro, em Monte Alverne. Inicialmente, fui morar em uma pensão, da qual o dono tinha assinatura da Gazeta do Sul. Foi então que tive contato com o jornal pela primeira vez”, lembra.

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Todavia, foi em 1976, quando já tinha sido transferido pela Secretaria de Educação de Santa Cruz do Sul para outra escola das proximidades, em Linha General Osório, que receberia convite para atuar como agente do jornal naquela localidade. “Eu conheci o Guido Kuhn, que na época era diretor de redação da Gazeta, e ele me propôs fazer o trabalho de venda de assinaturas e ser o representante do jornal naquela região”, explica.

Convite aceito, realizou o trabalho conciliando com a sala de aula até a aposentadoria, em 1995. Nesse mesmo ano surgiu a ideia de se criar um espaço para coluna social de Monte Alverne, mas isso só se concretizou em 1999. Desde então, Guido tem publicado semanalmente registros de eventos realizados no município.

Com sua mudança para a cidade de Santa Cruz do Sul em 2013, deixou de ser agente e passou a se dedicar apenas à coluna social. Nessa última década, tem ido a Monte Alverne duas vezes por semana para fazer a captação do material que é publicado e reforçar o contato com as pessoas. “É muito importante dar espaço e visibilidade para os lugares menores e também para as suas comunidades. Eu sempre fui bem recebido nas casas de todos os moradores”, garante.

Quem faz a Gazeta chegar ao leitor

Jornal impresso é entregue em locais de longa distância e de difícil acesso, nos quais nem mesmo chega conta de energia elétrica

Diariamente, mais de 30 pessoas entregam o jornal impresso da Gazeta do Sul na cidade e no interior. O serviço é prestado não só em Santa Cruz do Sul, mas também em Vera Cruz, Candelária, Vale do Sol, Rio Pardo, Pantano Grande, Encruzilhada, Sinimbu, Passo do Sobrado, Vale Verde, Venâncio e Porto Alegre. O trajeto inclui locais de longa distância e de difícil acesso, nos quais sequer chega conta de energia elétrica. Uma das rotas mais extensas soma 300 quilômetros e é feita pelo entregador Luciano Henrique Stolben, de 27 anos.

Ele atende o interior de Santa Cruz e realiza as entregas em locais que fazem divisa com os municípios de Sinimbu e Venâncio Aires. Luciano está na função há três anos e é responsável por fazer com que a Gazeta do Sul chegue a 300 assinantes. Sua rotina inicia-se por volta da 1 hora da manhã, tão logo o jornal é impresso, separado e embalado pelo setor de expedição. “Assim que carrego tudo no carro, começo a rodar. Faço umas oito horas”, informa.

Seu roteiro diário inclui passagem por Linha Áustria, Linha Nova, Travessa Kurtz, Linha Felipe Neri, Linha Andrade Neves, São Martinho, Linha do Moinho (na divisa entre Sinimbu e Santa Cruz), Linha Antão, Quarta Linha Nova Alta e Quarta Linha Nova Baixa, Seival, Vila Arlindo e Linha Eugênia. A partir daí, segue em direção ao distrito de Monte Alverne passando por Linha Brasil, Linha Vitorino Monteiro, Saraiva e General Osório, retornando a Santa Cruz do Sul. “O trecho com mais entrega é o de Linha Nova até São Martinho. Tem mais de cem jornais naquela região”, observa.

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Antes de assumir a entrega, Luciano diz que conhecia apenas uma parte do interior e precisou acompanhar o entregador anterior para aprender a rota. Por ser um dos poucos prestadores de serviço que chegam em determinados locais, ele revela que criou vínculos de profunda amizade com muitas famílias.

“As pessoas já esperam e algumas até nos encontram no caminho”, informa, contando que em função das longas distâncias percorridas já teve que enfrentar alguns imprevistos com o carro pelo caminho. “Já precisei andar a pé por 5 quilômetros, até achar um morador com telefone convencional para pedir auxílio para resolver um problema no carro. Em muitos lugares, não pega sinal de celular e aí tem esse risco”, relata.

Nesse vaivém, o cansaço físico de Luciano é recompensado pela oportunidade de entregar aos leitores o produto final feito por inúmeras outras mãos. Toda essa logística mantida pela Gazeta do Sul reforça seu compromisso de estar presente com aqueles que depositam sua confiança e fazem questão de consumir informação de qualidade.

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