Na semana passada, nossa Gazeta do Sul comemorou 78 anos. Uma verdadeira façanha! É difícil avaliar o que significam quase oito décadas de funcionamento numa época onde a internet avança sobre todas as plataformas.
Em palestras que ministro em universidades, duas perguntas são onipresentes: qual o futuro do jornalismo “de papel” e minha posição sobre a não obrigatoriedade do diploma para desempenho da função.
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Costumo referir que ao longo de mais de 40 anos como jornalista – tendo atuado em veículos do interior e da capital – conheci inúmeros profissionais de imenso talento, principalmente atuando no rádio. São homens e mulheres que muitas vezes não têm o Ensino Médio – antigo Segundo Grau – completo, mas são craques na arte da comunicação.
Agrego, sempre que posso, o fato de conhecer colegas – inclusive com pós-graduação – que enfrentam imensas dificuldades para manter-se no mercado. Muitos mantêm sérios problemas de relacionamento, tendo problemas de grupo no ambiente de trabalho, afastando oportunidades.
Em relação ao segmento dos jornais impressos, vejo imensa diferença de realidade entre os veículos de pequenas cidades e das grandes metrópoles. Jornais e emissoras de rádio possuem poder imensurável de transformar as comunidades onde atuam. Através de campanhas são capazes de mobilizar milhares de pessoas em torno de um projeto social, beneficente e de ajuda a quem necessita.
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A periodicidade dos jornais é um ponto que deve ser considerado individualmente. Pequenas cidades, com comércio e indústrias de pouca expressão, são detalhes que aumentam o desafio dos jornais. Por isso, chegar aos 78 anos significa uma simbiose perfeita entre veículo e a comunidade.
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Eu, que trabalhei por dois anos na Gazeta, na década de 80, conheço a força de mobilização do veículo e do grupo composto de diversas empresas. Cada edição é um desafio a ser vencido. Nos meses de janeiro e fevereiro, quando metade do Rio Grande do Sul se muda para o Litoral, é ainda mais desafiadora a tarefa de “fechar uma edição”, incluindo o pagamento de todos os insumos.
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Insumos, por sinal, que são cotados em dólar no mercado internacional, aumentando a necessidade de produzir receitas a partir da criatividade de todos os colaboradores, principalmente do pessoal do setor de publicidade. A empatia entre jornal e público é parte do sustentáculo da manutenção do veículo, apesar das previsões pessimistas que costumam permear as discussões sobre o futuro do jornalismo “em papel”.
Parabéns a todos, à direção e aos colaboradores da nossa Gazeta do Sul. É preciso, sempre, preservar, insistir e lutar.
P.S. Obrigado à leitora Mara Inês pelos elogios à crônica da semana passada, enviados por e-mail.
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