Nas últimas semanas, Santa Cruz do Sul vem registrando quase que semanalmente recordes no número de novos casos da Covid-19. Parte dos testes do tipo RT-PCR que confirmam esses casos são realizados pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), no âmbito do programa Testar RS, lançado pelo governo do Estado em julho de 2020. Conforme a diretora de Empreendedorismo e Inovação da instituição, Andrea Rosane de Moura Valim, que também é doutora em Biologia Molecular e Celular, a porcentagem de positivos nunca foi tão elevada desde o início da pandemia.
“Nós estamos preocupados porque não é só um maior volume de testes que está sendo demandado; também o resultado desses testes tem nos apavorado muito”, afirmou Andrea em entrevista à Rádio Gazeta. Segundo ela, quando a universidade começou a realizar esses procedimentos, a porcentagem de positivos era de 4% a 5%. Depois, no mês de agosto, subiu para 23%, em outubro reduziu para 19% e, em novembro, voltou a subir novamente para 35%. “Agora em janeiro, nós tivemos só sete dias. Realizamos um conjunto de testes e, desses, 45% foram positivos”, alertou.
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Esses números revelam a situação de Santa Cruz do Sul no combate à pandemia. “Nós estamos muito preocupados. Há uma circulação muito importante do vírus no nosso município e não tem outra medida que a gente possa tomar a não ser o isolamento social das pessoas que têm suspeita”, destacou Andrea.
Ela reforça o pedido para que quem tem sintomas gripais se cuide e também cuide das pessoas de seu convívio. “É muito preocupante, estamos com uma fase ímpar aqui no município, que é a transmissão ocorrendo de forma extremamente elevada. A nossa recomendação é reduzir saídas, reduzir aglomeração, usar máscara e álcool gel. Esse é o pior momento que estamos percebendo aqui, pela rotina do laboratório”, completou.
Desde que começou a participar do programa, a Unisc já realizou aproximadamente 4 mil testes e, dentro desse número, já foram verificadas algumas situações de reinfecção. “Tivemos situações muito pontuais, muito excepcionais e, por isso, chamam a atenção. Alguns profissionais da saúde tiveram o teste RT-PCR positivo mais de uma vez”, afirmou Andrea.
Conforme as portarias da Secretaria Estadual da Saúde e do Ministério da Saúde, o período médio para que se considere a infecção finalizada é de 60 a 90 dias. Após esse tempo, caso a pessoa apresente novamente o teste positivo, pode ser classificado como reinfecção.
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Quando fazer cada teste
Existem dois tipos principais de testes que podem ser aplicados para detectar a Covid-19 atualmente: o de sorologia, popularmente conhecido como teste rápido, e o RT-PCR. Contudo, os períodos de aplicação deles mudam conforme o tempo que a pessoa apresenta sintomas. Por isso, é importante entender como cada um funciona.
O teste RT-PCR é realizado por meio da coleta de material do paciente, normalmente do nariz ou da garganta. Ele tem a capacidade de detectar a presença ativa do vírus no organismo e é considerado padrão ouro pelos especialistas, ou seja, o de maior confiabilidade. Como a carga viral é maior nos primeiros dias depois da infecção, é recomendado que ele seja aplicado entre o terceiro e o quinto dia após o início dos sintomas.
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O teste rápido, por sua vez, não consegue detectar a presença ativa do vírus, mas sim a produção de anticorpos pelo organismo. Com apenas uma gota de sangue é possível verificar se o paciente já teve contato com o coronavírus e, dessa forma, produziu defesas contra ele.
O período ideal para aplicação do teste rápido é, pelo menos, após o décimo dia de sintomas. Os resultados normalmente aparecem de duas formas: IgM, que sugere exposição recente ao vírus e IgG, indicando que o contato ocorreu há mais tempo.
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