A iniciativa de oferecer aos santa-cruzenses uma feira rural com proposta diferenciada, sem os hortifrutigranjeiros – tão tradicionais nas feiras do município – vem despertando a curiosidade dos frequentadores, que encontram outros tipos de produtos disponíveis. Na terceira edição da AgroFeira, realizada no sábado, 14, no Pavilhão da Feira Central, ao lado do Fórum, os visitantes se depararam com bancas de flores e folhagens, artesanatos de diversos tipos, melados, salames, cucas e até sabonetes e aromatizantes. Foram 16 feirantes que participaram desta edição – todos produtores rurais de Santa Cruz do Sul.
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Conforme o técnico agrícola Moisés Mora, da Secretaria Municipal da Agricultura, o foco da nova Feira Municipal da Agroindústria e Agricultura Familiar – AgroFeira é evidenciar as agroindústrias locais regularizadas. “É uma oportunidade adicional para que empresas familiares possam expor, como forma de valorizar nossa produção local, preservando a origem e a identidade dos produtos da agricultura familiar”, detalha. A ideia é que, a cada edição, a Feira faça alusão a uma temática da cultura local. Desta vez, o tradicionalismo gaúcho esteve em evidência, como forma de celebrar o início da Semana Farroupilha.
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O público, aos poucos, vai conhecendo e aderindo à nova proposta da feira, que será realizada mensalmente, sempre no segundo sábado do mês — exceto em outubro, quando ocorrerá no dia 5, para não coincidir com a Oktoberfest. “É diferente por não ter frutas e hortaliças, como vemos nas outras feiras de Santa Cruz, mas estamos gostando bastante dos produtos, que não são encontrados dessa forma nas outras feiras”, avaliam Cristiane Schmidt e Sandri Carvalho, que já participaram das duas edições anteriores da AgroFeira e estão aprovando a iniciativa. “É mais um bom espaço para as pessoas exporem, que não têm oportunidade em outras feiras”, complementam.
Sidnei Costa Junior está contente com a possibilidade de expor na AgroFeira suas facas e cuias personalizadas. Ele, que trabalha em parceria com a esposa, em Cerro Alegre Baixo, está conseguindo aumentar as vendas da Cutelaria Jr nos últimos meses graças ao espaço disponibilizado pela Secretaria Municipal da Agricultura. “A Feira está sendo ótima para mim, porque estou conseguindo divulgar meu trabalho e, a partir daqui, fiz muitas vendas por encomenda”, relata.
A mesma percepção é compartilhada por Teri Luis Hirsch, que está conseguindo na feira um contato mais direto com os clientes, coisa que não tinha antes, já que a comercialização dos Melados Hirschen era feita, unicamente, de forma direta em mercados e comércios. Ele, que se orgulha em contar que a agroindústria de melado foi a primeira deste segmento registrada no estado, em 1997, leva à AgroFeira também açúcar mascavo para vender. Os produtos são feitos na localidade de Rio Pardinho, com mão de obra familiar dele, a esposa, o pai e a mãe.
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Já Rosane Sackser expõe na AgroFeira artesanatos com linha e lã, que são produzidos por ela na localidade de Alto Paredão, a mais de 50 quilômetros da cidade. “Tenho tapetes, bolsas, porta-sacos, porta-garrafas de vinho, roupinhas de crianças, toalhinhas, panos de prato, muita coisa que eu amo fazer”, conta Rosane. Ela costumava vender em outra feira da cidade, que acabou fechando, e, por enquanto, está tendo algumas dificuldades para venda pois, conforme relata, muita gente ainda relata que não esperava encontrar nas feiras rurais este tipo de produto. “Com a divulgação, espero conseguir melhorar”, afirma.
É novidade também os sabonetes, aromatizantes, velas, escalda-pés e outros itens da linha de higiene e bem-estar expostos pelo empreendimento Recanto Aromas do Monte. Produzidos a partir da destilação de lavanda, capim-limão e alecrim, cultivados de forma familiar na localidade de Linha Brasil, Distrito de Monte Alverne, os produtos estão ganhando mais visibilidade na AgroFeira. “Estamos gostando de participar, pois, além de vender aqui, conseguimos divulgar nosso negócio e os eventos que promovemos”, comenta Laura Raths, uma das responsáveis pelo empreendimento.
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