Uma oportunidade de emprego foi o suficiente para auxiliar a jovem Giovana Betina Scherer a começar a trilhar o caminho de uma vida toda. Aos 16 anos, candidatou-se a uma vaga de auxiliar de escritório em uma imobiliária, mesmo sem preencher todos os requisitos. Mas sua perspicácia garantiu o emprego que daria início à carreira de corretora de imóveis.
O anúncio exigia que o candidato tivesse 18 anos, estivesse cursando faculdade e tivesse cursos de datilografia e informática. “Eu tinha só datilografia, 16 anos, mas logo faria 17 e, por consequência 18 (risos), faltavam só dois requisitos.”
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Para ela, o emprego era fundamental para alcançar seus objetivos: cursar a faculdade e fazer o curso de informática. Foi decidida a usar esses argumentos para garantir a vaga. Mais de 150 candidatos disputavam a oportunidade. “Bem na minha vez, o dono da empresa estava junto. Quando viu que eu não preenchia os requisitos, questionou. Respondi que podia aprender, se tivesse a oportunidade de trabalhar. Fui contratada”, relembra Giovana.
Assim começou a atuar como “estafeta”. Logo depois, foi promovida a telefonista e posteriormente a secretária de vendas, tendo contato direto com clientes e corretores. Imersa nesse mundo, recebeu a proposta de fazer um curso de corretora, que lhe proporcionaria atuar na área.
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Desde então, há 30 anos, ela auxilia pessoas na busca do imóvel próprio. “Para mim, não é uma venda, a gente não vende. Estuda, demonstra, conversa, oferece e quando vê, fechou o negócio”. Com o curso de Técnico de Transações Imobiliárias concluído, a faculdade de Letras foi trancada. Giovana já tinha decidido que seria corretora – uma excelente corretora.
Ao longo da carreira, ela acompanhou muitas transformações do mercado imobiliário. Segundo relata, é necessário estar atenta às mudanças constantes, sempre estudando e atualizando as práticas.
No início, existia uma carta de imóveis disponíveis e se anunciava através do jornal os horários de plantão do corretor para vendas. Com a chegada da tecnologia, a forma de transação mudou e Giovana acompanhou o processo. As mudanças aguçaram o lado empreendedor dela. “Com tantas possibilidades, você tem de criar algo para tornar aquele imóvel mais atrativo e assim fechar um bom negócio. E não pode ser sempre o mesmo.”
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Atenta às transformações, sempre teve por hábito inovar, o que tem possibilitado avançar e se manter na profissão. Tanto, que hoje ela faz negócios em Santa Cruz e também em São Paulo. Uma vez por mês ela viaja à capital paulista e presta serviço por lá.
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“Estou engatinhando, lá sou uma ‘formiguinha’, mas é uma grande oportunidade de ver as mudanças e avanços. Tudo acontece primeiro por lá e reflete no meu modo de atuar aqui.” Ela salienta que essa forma de trabalhar é uma análise estratégica de empreendedora, de atuar como dona do próprio negócio.
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A corretora Giovana é mãe de dois filhos, Arthur e Igor, e auxilia os meninos nas decisões deles. Filhos que sempre estiveram presentes com ela nas negociações. “Vender imóveis é um passeio. Tem que ir junto, olhar, gostar, fazer sentido. E eles muitas vezes iam comigo, o que me aproximava ainda mais dos clientes.”
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Segundo ela, a chave do sucesso é um atendimento sem pressa, familiar e humanizado. Entende que ser corretora é poder unir todas as suas atribuições em uma única pessoa. “Não existe outra Giovana sem ser a Giovana corretora.”
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Hoje ela combina o método do início com o uso dos recursos das novas tecnologias. Vendas pela internet, redes sociais e muita proximidade através dos aplicativos. Para o futuro, as ações são planejadas com cautela. “Não penso a longo prazo. Para mim o futuro é hoje, é o presente.”
Todas as oportunidades do início de carreira de Giovana aconteceram dentro da antiga João Dick Imóveis, hoje, João Dick Empreendimentos. Foram 27 anos dedicados à empresa. “Aprendi muito com o João, ele é meu modelo, minha referência. Responsável por me ensinar a trabalhar.” Quando a João Dick Imóveis fechou o setor de vendas, Giovana passou a prestar serviços. Durante um ano, atuou como autônoma, depois foi em busca de novas parcerias.
A proximidade com a Goettert e Mantovani Corretores Associados surgiu com um convite para sociedade. No entanto, Giovana recusou. “Não é o meu perfil, eu gosto de estar na rua, estar com o cliente e não gerir empresa ou colegas.” Hoje ela atua como corretora parceira para a empresa.
Entre as muitas especializações para se manter bem informada e atualizada, Giovana viu uma nova oportunidade de negócios surgir. Durante um curso, chamado Escola de Negócios – que trata sobre autoconhecimento –, uma das palestras foi com o dono de uma imobiliária de Porto Alegre, com filial em São Paulo.
“Meu filho mais velho, Arthur, mora em São Paulo. Tenho um encantamento pela cidade. Adoro ver e observar os prédios, mas não imaginava que um dia teria a possibilidade de atuar ali.” No entanto, tudo mudou quando ela conheceu o palestrante, que fez a indicação dela para o sócio paulista. Desde janeiro de 2023, ela trabalha na Private.
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