Santa Cruz do Sul

“2024 será o ano do Cinturão Verde”, diz José Alberto Wenzel

No dia 19 de janeiro, Santa Cruz do Sul será apresentada a uma nova ação para proteger um dos maiores corredores ecológicos da região, responsável por preservar diversas espécies de flora e de fauna. Nesse dia, será lançado oficialmente o Movimento pelo Cinturão Verde, iniciativa coordenada, de forma voluntária, pelo ambientalista, geólogo e ex-prefeito José Alberto Wenzel. 

“2024 será o ano do Cinturão Verde”, enfatizou. Além de ser escolhido para dar início ao projeto, em 2024 será celebrado o 30º aniversário da delimitação do espaço, após decreto do então prefeito Edmar Hermany, em 1994, determinando que a área física fosse delimitada e o solo ocupado e usado conforme as definições do Plano Diretor. 

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Wenzel foi escolhido pela prefeita Helena Hermany para conduzir os trabalhos junto com a equipe, que será formada por servidores de diversas pastas da administração municipal. “Ela me chamou e disse que gostaria de deixar um legado verde com um cunho socioambiental”, relembrou. Embora o manto verde seja o foco, a atuação também irá englobar outras áreas ambientais do município, incluindo o Lago Dourado, os piscinões do Bairro Várzea e o Túnel Verde.

Inicialmente, um grupo integrado por Wenzel e outros quatro servidores vai trabalhar no Palacinho para elaborar a apresentação a ser feita à comunidade no dia 19 de janeiro. Nela, estarão presentes propostas, programas e atividades preliminares. “A primeira ação a ser feita imediatamente é ouvir a comunidade. É o mais importante; se não, nós vamos repetir historicamente o que já foi feito. Não queremos apresentar soluções prontas, vamos deixar a cidade falar, fazer com que abrace a ideia”, destacou o ambientalista.

A partir desse princípio, um dos primeiros grupos que o movimento pretende procurar será o dos proprietários de imóveis em torno do Cinturão e, em seguida, das imobiliárias, além de presidentes de associações de bairros. “Vamos escutar todo mundo. Com isso, buscamos uma atuação ativa, não só de convidados para acompanhar um evento. Queremos gerar cidadãos ambientais.”

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Ambientalista e ex-prefeito Wenzel se voluntariou para coordenar movimento em prol do Cinturão após convite da prefeita Helena | Foto: Alencar da Rosa

A depender das forças integrantes do movimento, 2024 será apenas a largada de um projeto que vá além de um governo em exercício, para reverberar pelos próximos 30 anos. “Minha maior preocupação é que, em três décadas, o Cinturão Verde seja apenas um álbum de fotos amareladas. De ser uma oportunidade perdida para a nossa geração e para as futuras. Ou que o movimento seja uma gaveta cheia de documentos, mapas e projetos de boas intenções”, afirmou Wenzel. Para isso, ele abraçou a ideia da prefeita Helena e se voluntariou para trabalhar junto com a comunidade e impedir que o receio vire realidade.

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Grupo

  • Coordenador: José Alberto Wenzel
  • Integrantes do serviço público: Tiago Rech, Natiele Fassbinder Konzen, Rafael Félix Pauli e Maurício Dopke

Equilíbrio frágil

Com uma área de 463 hectares, o espaço de preservação natural contorna a cidade de norte a leste. Para o ambientalista José Alberto Wenzel, autor do livro Cinturão Verde, e agora?, publicado pela Editora Gazeta, em 2013, o Cinturão Verde é muito mais que uma bela paisagem. Além de ser considerado um refúgio de alimentação e reprodução de fauna e flora muito diversificadas, ele cumpre diferentes funções fundamentais não só para o ecossistema, mas para toda Santa Cruz do Sul. 

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É responsável, por exemplo, pela oxigenação da cidade, e por garantir um conforto térmico à área urbana, equilibrando o clima, além de absorver poeiras e ruídos. Mais do que isso, auxilia no abastecimento de água do lençol freático e combate a poluição gerada pela cidade. 

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Outra função é oferecer segurança às encostas, pois atua no controle da erosão e de deslizamentos. Porém, tais singularidades imprescindíveis podem enfraquecer à medida que o manto verde é afetado pelo avanço urbano.  Na visão do ambientalista e coordenador do movimento, a área possui falhas e fraturas geológicas e com instabilidade geotécnica. “No momento em que ‘puxa o tapete’ do Cinturão, o desmata, ele fica suscetível a deslizamentos e desastres. Portanto, trata-se de um local de frágil equilíbrio ecológico que não pode ser rompido”, alertou Wenzel.

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Foto: Rodrigo Assmann/Banco de Imagens/GS

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Guilherme Bica

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