Cultura e Lazer

2022: um ano movimento no âmbito da literatura

O ano de 2022 foi muito movimentado no âmbito da literatura. Depois de dois ciclos marcados pela pandemia e com restrições a eventos, a retomada das feiras em praticamente todo o País reaproximou leitores e autores. E, mais: reaqueceu o comércio em livrarias físicas.

No contexto regional, as grandes marcas foram a 5ª Festa Literária de Santa Cruz do Sul, em agosto, e a 33ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, no início de setembro. A primeira levou autores locais a escolas do município, e a segunda trouxe intensa agenda de lançamentos, bem como motivou a vinda da patrona, a escritora Leticia Wierzchowski.

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No universo das opções de leituras propriamente ditas, as novidades advindas de autores nacionais e também de estrangeiros foram a garantia de momentos aprazíveis e de expansão de conhecimento. Mas houve despedidas, com o falecimento de ícones das letras, e ocorrências trágicas, como o atentado ao escritor indiano Salman Rushdie, por motivação religiosa. O Magazine recupera alguns dos fatos mais relevantes do ano no ambiente literário.

Eles se foram

Lygia Fagundes Telles

O ano chega ao final com muitas ausências na cena da literatura brasileira. Entre as perdas, as de duas grandes damas das letras. A paulista Lygia Fagundes Telles, autora do romance As meninas, morreu no dia 3 de abril, aos 103 anos. Já em dezembro, no dia 17, faleceu a escritora carioca Nélida Piñon, aos 85 anos. Dela, o romance A república dos sonhos fica como um contundente universo imaginário, criado por sua mente intuitiva e privilegiada.

As perdas a lamentar

Lygia e Nélida foram duas das autoras que mais e melhor representaram as mulheres, enquanto artistas e enquanto personagens em seus textos, ajudando a mostrar um Brasil digno aos seus compatriotas. O ano na verdade começara já com a perda do poeta amazonense Thiago de Mello, autor do célebre Faz escuro, mas eu canto, que faleceu no dia 14 de janeiro, ele que fora o patrono da 24ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, em 2011.

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Os livros que chegaram

Muitas leituras incríveis

Não foi por falta de ótimas novidades que as bibliotecas deixaram de ser incrementadas em 2022. Entre autores nacionais ou estrangeiros, as editoras se esmeraram. Vale referir Sobrevidas, o primeiro romance do ganhador do Nobel de Literatura de 2021, Abdulrazak Gurnah, a chegar ao Brasil, pela Companhia das Letras, mesma editora que lançou A vida brinca muito comigo, do israelense David Grossman. Já a Record trouxe A promessa, romance do sul-africano Damon Galgut, obra que venceu o Man Booker Prize de 2021.

A Rocco, por sua vez, brindou os leitores na reta final do ano com Elizabeth Finch, o novo romance do escritor inglês Julian Barnes, um dos mestres da literatura mundial na atualidade. Entre biografias, destaque para Travessia, da jornalista mineira Maria Dolores, que marca a passagem dos 80 anos, em 2022, de um ícone da MPB, o cantor e compositor Milton Nascimento.

O agito local

A feira voltou com tudo

É incontestável. O grande fato do ano foi o retorno da Feira do Livro de Santa Cruz do Sul a seu formato presencial, na 33ª edição, no início de setembro. Antes dela, em agosto, houvera o esquenta com a 5ª Festa Literária de Santa Cruz do Sul. Outros municípios, como Venâncio Aires, Vera Cruz, Candelária e Sobradinho, no Centro-Serra, promoveram o encontro entre leitores e autores.

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Entre estes, destaque para a escritora Leticia Wierzchowski, patrona da feira de Santa Cruz. E a feira de Porto Alegre igualmente alcançou pleno êxito. Entre lançamentos locais, destaque para obras como Morte e natureza, de José Alberto Wenzel, pela Editora Gazeta; Stupidman, do jornalista Mauro Ulrich, pela editora Vírtua, de Caxias do Sul, que trouxe um time de autores para a Feira do Livro; e de Embarque imediato, novo livro de Aidir Parizzi Júnior, pela Besouro Box. Wenzel e Aidir são colunistas da Gazeta do Sul.

Os acontecimentos do ano

Rushdie, 1922, Nobel…

Foi um ano marcado por muitos fatos e por celebrações no universo cultural. Em fevereiro transcorreram os 100 anos desde a Semana da Arte Moderna de 1922, o que motivou livros e eventos. Em Santa Cruz, aliás, o mesmo ano de 1922 está associado à inauguração do prédio histórico que abriga a Casa das Artes Regina Simonis e, que, portanto, também celebrou seu centenário em 2022.

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Acontecimento que chocou o mundo foi o atentado contra o escritor indiano Salman Rushdie, no dia 12 de agosto. Autor, entre outros livros, do romance Os versos satânicos, Rushdie fora alvo de uma fatwa, uma condenação, proferida pelo aiatolá Khomeini, do Irã, e desde então corria riscos constantes. Em outubro, o anúncio do Nobel de Literatura consagrou a escritora francesa Annie Ernaux. Já outros prêmios internacionais, como o Man Booker Prize, colocaram em evidência escritores africanos.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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