Na América Latina, os anos 80 ficaram conhecidos como a década perdida em decorrência de dívidas externas impagáveis de diversos países, inviabilizando o crescimento. Outros países e continentes enfrentaram dificuldades semelhantes em momentos distintos. Pela primeira vez na história, no entanto, o mundo depara-se com um inimigo comum, onipresente.
Muito já se falou a respeito de 2020. O ano será tema de um sem-número de filmes, peças de teatro, teses, teorias e escritos com base neste fenômeno planetário oriundo da China. A censura imposta por aquele governo impede a divulgação de notícias contrárias ao regime vigente. Esse, talvez, tenha sido o detalhe que provocou a explosão da pandemia no planeta.
Reitero que não acredito em avanços significativos no que diz respeito às relações humanas. Aprendemos a reza nos momentos de apreensão, mas tão logo recuperamos a estabilidade nos esquecemos das agruras e de quem nos amparou.
Publicidade
Em tese, todos terão de exercer a tolerância ao extremo para manter uma nova “normalidade” de reações nos mais diversos segmentos. Débitos serão renegociados, prazos dilatados, cobranças adiadas e calendários serão adaptados. Afinal, 2020 paradoxalmente será o ano mais longo e mais curto de nossas vidas.
Gostaria, de todo coração, que as famílias mantivessem essa conduta atual de amparo coletivo e lembrança viva de seus idosos. Que se mantivesse o hábito de assistir a filmes, jantar e almoçar juntos com frequência e conversar sobre a rotina. Também sonho com bancos menos vorazes e mais humanos, como prometem na propaganda. E que aprendêssemos que é possível trabalhar à distância, sem sobrecarregar o transporte coletivo.
A estagnação da economia por causa do coronavírus e da histeria do “fecha tudo o tempo todo” cobrará um alto preço de todos nós. Teremos inflação subindo porque o governo federal tenta socorrer a todos, mesmo os governadores que terceirizaram suas responsabilidades com rara insensibilidade neste momento.
Publicidade
Por muito tempo sentiremos os efeitos da pandemia. Equívocos na política econômica e décadas de corrupção criaram 13 milhões de desempregados, contingente que aumentará. Lamentavelmente, jamais haverá contabilidade sobre os mortos em decorrência do desaquecimento da atividade produtiva. Todos sabem os motivos dessa omissão.
LEIA COLUNAS ANTERIORES DE GILBERTO JASPER
Publicidade
This website uses cookies.