Participo de muitos debates globais sobre o momento atual, e dados avançados nos mostram que podemos ter um período longo e ainda mais difícil pela frente. As mudanças do mundo já vinham sendo anunciadas e, com a pandemia, a transformação do planeta entrou em rota acelerada.
O “novo normal” do mundo virou assunto, mas lembro que o futuro é imprevisível. Lidar com a incerteza sem perder o equilíbrio talvez seja uma das grandes lições deste evento. Alguns especialistas sugerem que as pandemias têm cinco fases, e que o término deste evento poderá acontecer apenas em 2022.
As coisas dificilmente voltarão a ser como eram antes. A história mostra que eventos desta envergadura mudam o mundo de forma marcante.
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A origem do vírus não importa, a não ser que continuemos esta estúpida cultura de buscar culpados. O foco precisa estar na adaptação rápida, na resiliência, na criatividade e na agilidade para se estabelecer um estado temporário de vida. Negar a pandemia é ignorância e desequilíbrio, e minimizá-la pode ser perigoso para toda a sociedade. O barulho insuportável da esquizofrenia social sugere, de forma até ingênua, que seria possível retomar a vida como se nada de grave estivesse acontecendo.
A economia já foi impactada, o ano já está neutralizado, e ninguém no planeta tem uma resposta definitiva à Covid-19. Sair do isolamento enquanto não houver um medicamento ou a vacina, que demora pelo menos um ano, requer estratégia, cuidado, limite e boa liderança política. A cloroquina é um alento, mas mesmo onde já está sendo usada, como nos EUA, os casos de morte continuam assustadoramente altos. Contra este fatos não há fake news ou argumentos. A previsão americana é que 60 mil pessoas morram, e que se o isolamento tivesse sido feito antes, seriam 60% a menos de mortes.
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No Brasil, vivemos um transe coletivo, uma onda de opiniões rasas, doutores de Facebook e WhatsApp contaminando a rede com suas diarreias verbais. Uma pandemia da imbecilidade se instalou entre nós. Onde estão as pessoas com bom senso, politizadas, com humanidade, que colocam o bem-estar da sociedade antes de suas próprias necessidades?
Ninguém está feliz em casa, nem comemorando o impacto econômico negativo do ano. A esquizofrenia ocupou o ambiente dos negócios nos últimos anos. Os esquizofrênicos sociais, segundo Freddy Koffmann, são pessoas que receberam informações conflitantes durante a vida, não desenvolveram a habilidade de comunicar-se de maneira coerente e não conseguem conversar sobre os assuntos da pauta, apenas desejam impor sua vontade ou opinião. Não há um único caminho, nem alguém apto para resolver o maior crash dos últimos 100 anos. 2020 já foi cancelado. Precisamos nos ajustar, colaborar e nos preparar para recomeçar a vida quando tudo isto tiver acabado.
Enquanto isso, que saibamos nos manter sãos.
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