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2018, oportunidade única

Reza o ditado: toda tragédia traz lições. Em termos políticos, levado ao pé da letra esta máxima, certamente teremos um aprendizado sem precedentes com base dos dois últimos anos. A proliferação de escândalos chegou a tal ponto que parece impossível que a situação piore. Mas basta o Jornal Nacional começar para constatar que a capacidade criativa para engendrar falcatruas de todo tipo parece inesgotável no país descoberto por Pedro Álvares Cabral.

As irregularidades ocorrem em pequenas obras de minúsculos municípios até poderosos ministérios. Envolvem de simplórios vereadores a empertigados ministros que destilam teses de salvação da pátria, quase sempre depois que deixam o cargo. A tentação pelo ganho fácil parece irresistível. Afinal – vamos confessar! – personagens que protagonizam falcatruas arrancam de nós uma expressão surrada:

– Mas até o fulano está envolvido nesta sujeira… eu não acredito!

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Acredite, prezado leitor. As facilidades para driblar os mecanismos de fiscalização assustam. Parece impossível elaborar uma legislação perfeita que impeça algum desvio. Assim que um dispositivo legal é concebido, imediatamente os experts de bandidagem se debruçam em busca de furos na lei, detalhes passíveis de contestação e falhas. Tudo em nome das facilidades de burla.

Em 2018 teremos eleições. Circulam inúmeras previsões sobre o comportamento do eleitorado que vão da manutenção das raposas felpudas corruptas até a renovação quase total dos representantes do povo. Minha opinião: teremos, sim, uma significativa mudança de nomes. Mas acho que muitas figurinhas carimbadas da política seguirão em troca de pequenos favores a seus eleitores pela permanência nos Legislativos

Enquanto nós, eleitores, insistirmos em escolher os políticos por simpatia ou indicação de terceiros, sem pesquisar a sua biografia, teremos equívocos que custam bilhões de prejuízos para todos nós. O voto, arma indelegável e de enorme poder, mais do que nunca será fundamental para saber o que o país espera de seus representantes. 

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Depois da escolha, votação e promulgação dos resultados, inicia-se o processo de fiscalização, tarefa que a maioria dos eleitores despreza, ignora ou então considera cansativa. Sem o comprometimento geral o festival de corrupção não terá fim, no Estado e em Brasília. Isso vai acarretar a continuidade da falta histórica de recursos para minimizar os nossos principais problemas na saúde, na segurança, na mobilidade urbana e na agricultura.

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