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2016 – Um ano de incertezas, dificuldades e desafios

Em outubro de 2014, tão logo  foi divulgado o  resultado do segundo turno da eleição para presidente,  irrompeu, nas redes sociais, uma verdadeira guerra de mensagens contra os nordestino do Brasil, que seriam os responsáveis pela vitória da coligação da candidata Dilma, o que, apenas  em parte,  é verdade. Muitos especialistas e observadores do quotidiano apressaram-se em avaliar as mensagens contra os nordestinos, dizendo tratar-se da manifestação de “mauricinhos” e “patricinhas”, inconformadas com a derrota do candidato da oposição. Diziam que os derrotados deveriam aguardar a próxima eleição para tentar eleger seu candidato. Um professor universitário  que costuma desqualificar quem pensa e manifesta posições contrárias às dele,  publicou vários artigos em que criticava quem  questionava o resultado da eleição e, logo em seguida, quem participou da primeira grande manifestação contra a corrupção, em março de 2015, na qual  já havia quem pregasse o impeachment da presidente Dilma. Para esse professor, ainda hoje quem promove ou  apoia o impeachment  é golpista… Como se o impeachment não estivesse prescrito na Constituição. Aliás, parece que os defensores da presidente Dilma perderam o argumento de  golpe porque seria, no mínimo,  muito engraçado o Supremo Tribunal Federal ter descrito o rito para o “golpe” do impeachment, embora tivesse violado artigos da Constituição.

Já em setembro de 2013, a revista britânica The Economist perguntava se o Brasil tinha estragado  tudo. Segundo a matéria, “muitos já perderam a esperança de que o Brasil decolou e que o crescimento passado foi apenas voo de galinha” – expressão usada para designar surtos econômicos de pouca duração. Como é de praxe da “mulher sapiens”, a presidente Dilma disparou na sua conta no twitter: “The Economist está mal informada”. Durante o ano de 2014, até mesmo antes da campanha eleitoral para presidente, foram publicados muitos artigos, divulgadas entrevistas na televisão e no rádio, de pessoas que alertavam sobre o grave problema econômico que estava se desenhando no horizonte do país. Uma publicação  ficou famosa – O Fim do Brasil, de Felipe Miranda, da Empiricus – e que o  Google teve que retirar dos sites, por determinação do TSE, atendendo solicitação do PT, sob a alegação de que o documento seria da oposição e  fazia uma análise “terrorista”  sobre a economia do Brasil. Embora o relatório fosse baseado nos números do governo federal, a grande mídia ignorou o documento, enquanto  a propaganda do PT, na televisão, pintava e bordava um futuro brilhante para o Brasil, no qual o país  iria “avançar” ainda mais.

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Ao iniciar o segundo mandato, a presidente Dilma  que, provavelmente, conhecia a real situação da economia do país,  e com receio de que o Brasil poderia perder o grau de investimento, o que seria péssimo –  de fato e infelizmente isso  aconteceu -, tratou de colocar no Ministério da Fazenda  um executivo do mercado, Joaquim Lewy. O problema é que Joaquim Lewy não tinha autonomia, muito menos respaldo da presidente para implantar suas reformas;  além do mais, era rechaçado por Lula e pelo PT.

De resto, todos sabemos como transcorreu o ano de 2015. A inflação atingiu  10,67% ao ano (quase o dobro do teto de 6,5% ao ano, estabelecido pelo governo); o país encolheu seu PIB em  quase 4%; milhares de empresas já fecharam suas portas e milhões de brasileiros estão desempregados; o Brasil já perdeu o grau de investimento de duas agências internacionais; a operação Lava-jato está desvendando a corrupção na Petrobrás, a maior do Brasil, talvez do mundo, e  que envolve pessoas ligadas aos partidos que estão no poder, inclusive próximas do ex presidente Lula e da atual presidente Dilma, além de ter levado a empresa  à lona; o Brasil tem o pior resultado entre as grandes economias, de acordo com um relatório do Banco Mundial, divulgado no último dia 6. Infelizmente,  o ano de 2015 só nos trouxe fatos negativos, cuja lista é maior ainda. Aliás, há poucos dias, ao abrir as portas para jornalistas, em mais uma das muitas encenações, a presidente Dilma disse que “o maior erro foi não ter percebido o tamanho da desaceleração da economia em 2014 que refletiu em 2015”. Os jornalistas que lá estiveram, ao invés de se portarem como se requer da função – no mínimo, questionar – contentaram-se em posar sorridentes numa selfie com a presidente. Poderiam  ter dito, por exemplo, que o maior erro do governo é uma das maiores mentiras da presidente  Dilma que a elegeu para o segundo mandato.

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Mesmo assim, com todas as evidências de um (des) governo que só trouxe desgraça para o Brasil e, principalmente,  aos brasileiros, tem gente que ainda defende  a presidente e acusa quem se opõe a isso tudo de inconformado, “coxinha”, golpista… São críticos com títulos de mestres e doutores universitários, economistas, pessoas públicas… que não se sabe se são fundamentalistas da ideologia petista, alienadas, ignorantes ou obtém alguma vantagem. Diz o ditado que “pior cego é o que não quer enxergar”. Entretanto, parece que o pior cego é o que enxerga e, mesmo assim, não se convence”. Outro dia, o compositor e cantor Chico Buarque, na saída de um restaurante,  ao ser  questionado sobre sua quase “devoção” ao PT, perguntou ao rapaz quem era ele, num legítimo ”tu sabes com quem estás falando?”. Muitas pessoas acharam um desrespeito a um dos maiores ícones da música brasileira, quando, na verdade, as pessoas apenas estavam criticando a posição política do artista,  que não se confunde com sua arte.

De acordo com um estudo feito pela corretora Nomura, em Nova York, o  Brasil já foi visto como uma aposta madura e segura entre os países latino-americanos e, hoje, está vivendo um momento político de ´”república de bananas”.  A mudança de metas, aprovada pelo Congresso, atendendo pedido do governo federal, foi o fator mais prejudicial em termos de deterioração da confiança, amplificado pelo rebaixamento por duas agências internacionais de classificação de riscos.

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Nesta deterioração econômica, moral e social,  em que o governo federal e políticos jogaram o Brasil, estamos nós, cidadãos e cidadãs que pagam impostos absurdos em troca de quase nada. O ano de 2015, por exemplo, foi todo ele consumido pela presidente Dilma e seus asseclas em tapar furos, realizar conchavos e acordos para manter-se no poder. E nós continuamos pagando impostos. E querem requentar a CPMF. Quem provocou tamanha desgraça  – todos sabem quem foi, embora alguns finjam desconhecer ou atribuir a outros – não deveria nem ter o direito de tentar recuperar o país; deveria sair, de preferência pela porta dos fundos. A violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, mecanismo criado em 2000 para impedir que governantes irresponsáveis gastassem mais do que podiam – de 2002 a 2014, enquanto o PIB cresceu 42%, o gasto primário do governo federal cresceu em termos reais cerca de 113%, ou seja, aumentou  quase três vezes o valor do PIB – que a presidente desrespeitou e ainda tenta justificar, embora esse já  fosse motivo suficiente para seu afastamento,  já provocou uma punição severa, por enquanto  para nós, simples cidadãos e cidadãs brasileiras que estamos vendo e sentindo  o Brasil desmoronar.  De país emergente, como ainda é chamado pelo FMI, o Brasil está se  transformando em país imergente, com a suprema humilhação de  ter que assistir nosso rival regional e concorrente na América Latina, a Argentina, agora sob nova e moderna direção, fazendo as reformas necessárias para logo sair de um cenário de depressão e retomar o crescimento. O Brasil poderá tornar-se a Grécia da América Latina. Não aquela Grécia da história, berço da democracia, mas daquela da crise que teve início em 2009, com a explosão de sua dívida pública e que já se arrasta por mais de 5 anos. Só a recessão de 2015 custará ao Brasil R$ 240 bilhões de bens agrícolas e industriais que deixaram de ser produtos e serviços que não foram prestados.

Apesar de tudo isso, o ano está apenas começando e nós, com o livre-arbítrio de que dispomos, podemos escolher ser otimistas. Como fazer isso? Nathalie Favaron sugere três passos: 1º) cultivar a gratidão por tudo que já vivemos e temos; 2º) escolher como se relacionar com as notícias e informações da mídia em geral, protegendo-se do lixo e da exploração da tragédia jornalística; 3º) aprender a usar o termômetro interno: guiar-se pelo sentimento de  bem ou mal com determinado pensamento ou escolha. 

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