Fora de Pauta

2.735 quilômetros de experiência

A última semana foi de uma vivência incrível. É a consagração do que me fez escolher o jornalismo como profissão: conhecer diferentes pessoas e culturas e poder contar isso para todos. Visitar as propriedades de paranaenses, catarinenses e gaúchos faz com que a gente sinta, no dia a dia, as peculiaridades; conheça as novidades e possa estabelecer comparativos na cadeia produtiva que movimenta o Vale do Rio Pardo, a fumicultura.

Foram percorridos, entre o domingo, 5, e a sexta-feira, 10, 2.735 quilômetros, tendo como ponto de partida a sede da Gazeta e os extremos, ao Norte, São João do Triunfo, e, ao Sul, Rio Grande. Ao subir no mapa, é possível perceber, sem observar as placas, onde acaba o território do Rio Grande do Sul. A partir dos primeiros quilômetros em Santa Catarina, é perceptível que a estiagem está restrita à divisa dos dois estados. As lavouras, amareladas e murchas, ficam verdes.

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A Expedição Os Caminhos do Tabaco transforma-se, assim, em uma oportunidade de fazer um levantamento, a partir de experiências, do desenvolvimento da fumicultura. Configura-se em uma forma de reconhecimento do veículo de comunicação à relevância dessa cultura, que tem destaque há gerações.

E, dessa forma, são conhecidos os personagens que fazem o tabaco alcançar o patamar de destaque, como segundo produto em movimentação no Terminal de Contêineres do RS. São pessoas simples e trabalhadoras, como o jovem Diego Dombroski, que optou por ficar no meio rural de São João do Triunfo. Ou seu Florisvaldo Sussela Grande, de Lapa, que usa celular sem WhatsApp e guarda as revistas da fumageira, com a qual trabalha há 55 anos. Em Mafra, religiosidade e engenhosidade são características da família Milde. O planejamento é destaque em propriedade em Taió.

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De volta ao Rio Grande do Sul, Eduardo Bencke, de Venâncio Aires, mostra que é possível incrementar a produção com a variedade “Amarelinho”. E Astor Fagundes usa a irrigação para colher resultados. O Sul reserva surpresas. Em Turuçu, dez moram na mesma casa. Família grande e divertida, que escalona a propriedade, em busca de resultados. Por fim, Vera Cruz e o jovem casal João Ernesto e Luana. Estão, aos poucos, construindo a sua história.

Diegos, Florisvaldos, Mildes, Astores, Eduardos, Joices, entre outros, garantem a sobrevivência de um setor que dá voz à calada agricultura familiar, que traz de longínquos rincões para as páginas da Gazeta (em caderno especial, no dia 25 de fevereiro) e ao mundo um setor que dá certo, apesar dos pesares.

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