O dia 1º de abril é considerado, em vários países ocidentais, o Dia da Mentira. Muita gente ainda se aproveita da data para “pregar uma peça” em amigos, desafetos ou mesmo em desconhecidos. Quem já entrou na idade dos “enta” talvez se lembre das brincadeiras que se faziam, quando crianças e jovens, no dia 1º de abril. As pessoas inventavam ou contavam mentiras, algumas leves e outras nem tanto. Algumas brincadeiras e pegadinhas chegavam a ser de humor negro, ridicularizando e humilhando as pessoas.
Existem muitas explicações sobre a origem do Dia da Mentira. A versão mais conhecida diz que, em 1564, o rei Carlos IX da França decidiu que o Ano Novo, até então comemorado de 25 de março a 1º de abril, passaria a ser celebrado no dia 1º de janeiro, adotando o calendário gregoriano, instituído pelo papa Gregório 13 (1502-1585). Muitos franceses se revoltaram contra a medida, recusando-se a adotar o 1º de janeiro como início do ano, o que levou algumas pessoas a fazer brincadeiras e a ridicularizar aqueles que insistiam em continuar a considerar o 1º de abril como ano novo. Zombados pelo resto da população, os resistentes às mudanças eram convidados para comemorações inexistentes no 1º de abril.
No Brasil, o Dia da Mentira começou a se popularizar através do periódico “A Mentira”, de Minas Gerais, que tratava de assuntos sensacionalistas, no começo do século 19. Em 1º de abril de 1828, uma matéria noticiava a morte do então imperador Dom Pedro I. Como muitas pessoas acreditaram na notícia, dois dias depois, o jornal desmentiu a publicação. Por aqui, parece que a data já perdeu a graça, pelo menos no sentido lúdico do passado. Pior: há algum tempo, o dia da mentira passou a ser todo dia.
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As redes sociais se transformaram em campo minado para todo tipo de mentiras, eufemisticamente chamadas de Fake News. Atualmente, existem vários sites que checam possíveis postagens falsas que circulam na internet, enaltecendo ou denegrindo a imagem de pessoas, repassadas, principalmente, por “tiozões” e “tiazonas” integrantes de grupos de WhatsApp. Muitas vezes, as mensagens são tão absurdas que precisa ser muito alienado, fanático ou de má fé para acreditar nelas. Questionado sobre a insistência em repassar fakes, distinto integrante de um grupo de WhatsApp, onde tinha o apelido de “rei do fake”, disse “não quero nem saber: se gosto e concordo com a mensagem, repasso”.
O assunto é tão sério, ainda mais em início de campanhas eleitorais, sujeitas a todo tipo de postagens a favor ou contra candidatos, que o Burger King, cadeia de restaurantes de serviço rápido e conhecido por abordar temas relevantes para a sociedade nas campanhas, aproveitou o Dia da Mentira para, além de aumentar a visibilidade no mercado, propor uma maneira de combater as Fake News. Unido a parceiros, o Burger King convida os consumidores a trocarem Fake News pelo valor de um whopper (sanduíche de hambúrguer) de verdade. A campanha, idealizada pela Agência Ginga, visa chamar a atenção sobre a disseminação de notícias falsas, principalmente nas redes sociais, onde, conforme pesquisa dos institutos IDEIA e Vero (2021), oito em cada dez brasileiros consideram essa atividade como sendo um problema grave.
Há certas mentiras que permanecem ao longo do tempo, mesmo que pesquisas científicas e acompanhamentos digam não ter fundamento. Por exemplo: a crença de que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ou, então, como a postagem recente sobre o rumoroso caso do mendigo de Brasília com uma mulher casada, informando que se tratava de um empresário com mais de 100 processos. Ou, ainda, postagens de inauguração de obras públicas, atribuídas a governantes atuais, mas que, na realidade, são de responsabilidade de esferas governamentais diferentes ou até de administrações anteriores.
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Mas existem mentiras que as pessoas contam para si mesmas e que acabam prejudicando a própria saúde financeira. Reinaldo Domingos, educador financeiro e mentor da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, relaciona cinco mentiras que as pessoas usam para não se sentirem culpadas ao cometerem deslizes financeiros:
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