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O pêndulo do relógio

15 de fevereiro

Que calor é este! O Pêndulo e eu estamos, agora, na Pauliceia rebatizada de Sampa por Caetano da Bahia, em ritmo de Carnaval 2017. A quentura, aqui no Sudeste, está de rachar toco. Não há ventilador que aguente a demanda. Ar-condicionado é o remédio e nem todos podem usufruir dessa magia que custa caro. 
Tenho pena de Igor, nosso querido pastor alemão de 18 meses. Parece farejar espaços mais fresquinhos, como o gramado de nossa casa de Santana de Parnaíba, a 50 quilômetros da capital, terra berço de bandeirantes, onde costumamos permanecer com frequência. 

Nada como contemplar velhas árvores, flores e plantinhas que crescem e ganham apelidos; a Infinita Misericórdia derramando abençoadas chuvas benfazejas sobre grandes e pequeninos; justos e injustos. Gotas de eternidade em tudo que foi e é criado.

Gosto do dia 15 nos meses do calendário. Imponente discípulo de Dona Justiça. E equilíbrio é o de que muito precisamos, neste mundão de nosso Deus. Também de Sabedoria e fé. Para prosseguirmos confiantes de que voltará a fazer tempo bom no Brasil tão mirradinho na esperança. Feito o verde das matas patropis em estiagem prolongada. 

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É delicioso rezar debaixo de uma velha árvore. Destas que presenciaram a síntese de tanta coisa, minha gente… A velha e sagrada gameleira de Santana de Parnaíba, por exemplo, que parece saber contar histórias para crianças atentas.

Falando nisso, o dia de hoje – 15 de fevereiro – é o marco internacional da luta contra o câncer infantil. Nada mais triste do que broto que não desabrocha. 
Dolorosa é a contemplação da vida que se esvai – como um tonel d’água que tem um minúsculo furinho – diante dos nossos olhos impotentes. Assim como indizível é a experiência de contemplar os pais de uma criança com câncer. 

Inefável, mesmo – para quem se sabe de carne e osso – é contemplar os olhos de uma vítima mirim da referida moléstia. Olhos que perdem a inocência: o direito que a gente tem de saber a vida devagarinho. Pairam fora do tempo. Alguns adquirem sabedoria de anciãos. E a paz necessária para prosseguir viagem. Só quem sabe poderá compreender essa imagem.  

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Graças à fé que Deus nos dá, como a chuva que refresca, prosseguimos lutando. Nosso abraço demorado – meu e do Pendulozinho – para todos os médicos e enfermeiros da cidade. Viva a equipe do Hospital Ana Nery: instituição que faz a diferença e que aprendi a amar e respeitar desde os distanciados tempos de mosteiro!

Hoje é um dia especial para mim. Mamãe completaria 83 carnavais. Voltou para a pátria celeste há dois anos. Depois de uma vida cheia de plantios e colheitas. Trabalhou, deixou descendência, poemas, saudade. E vida longa – existência cronista – é uma festa, minha gente. Que precisa ser celebrada. Peço a bênção a todos os anciãos e anciãs desta terra onde o céu brilha mais azul e tem Oktober pra gente ser feliz.    

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