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CAMPESTRE

100 anos de memórias, fé e histórias

Impossível passar pela ERS-347, em direção à cidade de Ibarama e não reparar uma construção antiga, muito bem conservada, que conta muito da história de Sobradinho e da região Centro Serra. A Capela Nossa Senhora da Consolação é um patrimônio cultural para todos aqueles que recordam suas origens. Recentemente, a comunidade comemorou os 100 anos da Capela “La Consolata” com uma grande festa.

Conforme a presidente da comunidade, Janete Racheli Busatto, o trabalho de preparação do centenário começou há muito tempo. “Em outubro de 2018 tiveram início as primeiras reuniões, tendo praticamente uma por mês para que essa grande festa acontecesse. Todo mês teve uma promoção, um planejamento único que foi colocado em prática de forma que tudo ocorreu dentro do esperado”, cita.

Conhecedora da história, Maria Angelita Ceretta pincela um pouco da gratidão de todos os presentes no evento. “A festa do 100 anos fechou dentro do esperado, que era em torno de 400 pessoas. Mas foi além, o público foi maior do que isso, o que nos deixou muito felizes e gratos diante de todo trabalho realizado. A rotina dos nossos antepassados era muito simples. Da lavoura para casa e da casa para lavoura. Aos finais de semana o encontro da comunidade. Hoje é lavoura, casa, banco, cidade, contas, etc. Nosso tempo parece ter ficado mais reduzido. Mas os laços eram mais fortalecidos visto as pessoas se encontrarem mais entre si”, diz.

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Tempos antigos
Para Francisco Ivo Ceretta, 73 anos, a história de Campestre traz recordações especiais. “No início tudo foi diferente, as roupas eram lavadas no riacho, no rio. Não havia manga, canos, etc. Se buscava água de balde na cacimba. Nos domingos cedo todos iam a pé até Sobradinho enquanto os idosos iam a cavalo, coisa que não acontecia apenas se chovesse. A tarde se dividiam entre futebol e baralho, atrativos que reunia grande número de gente. Lá pelos anos 80, levava-se toca discos para a comunidade e fazia se bailes no salão. Além do voleibol, entre 1970 e 1975, os caminhões da família Cella e Burin saiam da comunidade  ‘apinhados’ de jovens rumo ás comunidades onde havia partida de futebol ou o mesmo acontecia ao inverso, havendo partidas no Campestre, caminhões ‘descarregavam’ grande número de atletas vindo de outras regiões. Meu pai – Augustinho Cereta – irmão de Flor Fabrício Cereta,  foi o primeiro professor de forma ‘oficial’ do Campestre no ano de 1925. Na época ele morava dentro da escola onde lecionava. Um fato engraçado é que nascia muito radici no cemitério e ele sempre contava que parte da sua refeição vinha de lá”, conta.

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