Em 1969, o fim de ano foi polêmico em Santa Cruz do Sul. Após confusão no Centro, o maior tenista brasileiro da época, Thomaz Koch, foi parar na cadeia.
Em 29 de novembro, ocorreram os jogos de inauguração da quarta quadra do Tênis Clube Santa Cruz. O porto-alegrense Thomaz Koch, medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 1967 e vencedor de competições como Roland Garros e Copa Davis, foi o convidado especial.
Koch era o maior tenista brasileiro
Publicidade
Ao buscar Koch e colegas no Hotel Charrua, para um jantar no Tênis, o motorista parou o automóvel Simca no meio da Marechal Floriano. Um inspetor de polícia que passava pelo local reclamou e começou um bate-boca.
A chegada da Brigada acirrou os ânimos, e Thomaz e amigos acabaram presos. Indignada, a diretoria do Tênis mobilizou delegados, juízes e promotores para liberá-los. Autoridades foram até a sede da BM (junto ao antigo presídio, no Centro) e logo conseguiram a soltura.
Os tenistas relataram que foram espancados e chamados de maconheiros, cabeludos e subversivos, e acusaram o inspetor (pivô da polêmica) de estar alcoolizado. Os policiais alegaram que tinham sido ofendidos e agredidos. O fato repercutiu no Brasil, pois Koch era considerado o “Pelé do tênis”.
Publicidade
Em 20 de dezembro, quando tudo estava mais calmo, a Veja trouxe reportagem sobre o preconceito que havia com quem usava cabelos longos, à moda Beatles e Jovem Guarda. Santa Cruz foi chamada de “cidadezinha do interior” e a polêmica se reacendeu. As “forças vivas” voltaram a criticar a intolerância policial, que prejudicou a imagem do município.
Cabeludos santa-cruzenses começaram a relatar casos de “piadinhas” e perseguições que sofriam. Koch tinha cabelos compridos e era chamado de Apache Sul-americano.
Publicidade