Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Estradas

O desafio de manter a RSC-287 conservada

A condição atual da RSC–287 entre Santa Cruz do Sul e Mariante é boa, conforme a reportagem da Gazeta do Sul comprovou nessa sexta-feira. Mas, apesar das melhorias recentes, com obras de restauração do pavimento e implantação de placas de sinalização, a situação ainda não está dentro do ideal para uma rodovia pedagiada. Os acostamentos, por exemplo, estão deteriorados.

Os trechos recapeados fazem com que a trepidação seja muito forte. É o que salienta o motorista da Sadia, Eurípedes Rossetti, de 67 anos, com 40 de profissão. “Agora está bom, não dá para reclamar. Mas o piso é irregular, o caminhão sente bastante”, afirma. Ele é de Chapecó, Santa Catarina, e trafega na rodovia geralmente entre o trevo de acesso a Venâncio Aires e a ponte do Rio Taquari.

O caminhoneiro Anderson Luiz Nicolay, de 30 anos e dez deles na estrada, ressalta que os reparos foram executados, mas não da forma ideal. “Desde março, melhorou bastante. Mas a camada de asfalto é fina, acredito que não vai durar muito tempo assim. Se chover ainda mais, vai começar a aparecer buracos”, alerta. O funcionário da Modal Transportes, de Santa Cruz do Sul, Arlei Rosa Teixeira, de 32 anos e 14 acumulados na boleia, ressalta que é melhor ter uma empresa que administre o trecho, mas a manutenção precisa melhorar. “Antes ninguém cuidava, estava feio. A EGR entrou e mantém uma equipe pequena. Dá para dizer que ajeitaram o asfalto só nos últimos meses. Era um buraco atrás do outro”, avalia.

Publicidade

Os motoristas dos veículos de passeio também reforçam que as melhorias são recentes e que seis meses atrás, o estado em que a rodovia se encontrava era calamitoso. “Era muito ruim e no trecho após Paraíso do Sul, que está fora da área da EGR, segue terrível. Desde 2014, passo entre três e quatro vezes por mês aqui. De março até agora, melhorou muito. Nos últimos dias, fiquei surpreso com a rapidez na liberação da pista em Candelária, prejudicada pela chuva”, declara o militar Hugo Slavez, de 34 anos, residente em Santa Maria.

Proprietário do Rancho América, o empresário Fábio Barbosa, de 44 anos, transita todos os dias no trecho próximo ao perímetro urbano de Santa Cruz do Sul. Para ele, é necessário que a manutenção seja constante. “Já presenciei acidentes provocados por verdadeiras crateras. Quando chove, não dá para ver o tamanho do buraco. Os usuários correm sérios riscos e o carro sofre bastante, prejudica a suspensão. Melhorou nos últimos meses, mas pagamos pedágio justamente para que a rodovia seja boa. A manutenção e assistência aos usuários devem ser constantes”, considera.

O venâncio-airense Luciano Naue, presidente do Conselho Comunitário das Regiões das Rodovias Pedagiadas Trecho 8 (Corepe), acredita que a EGR deveria prestar serviços melhores. “Falta transparência, a empresa sequer marca reuniões para divulgar os números aos Corepes. Os investimentos poderiam ser intensificados. Não cumprem muitos requisitos, como guincho e socorro mecânico. Deveriam colocar um carro à disposição para uma verificação constante da rodovia, principalmente nos períodos de chuva. O pavimento melhorou, mas ainda conta com alguns pontos críticos”, argumenta Naue.

Publicidade

SAIBA MAIS

  • A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) foi criada no governo Tarso Genro e assumiu 149 quilômetros da RSC–287, entre Tabaí e Paraíso do Sul. A estatal passou a administrar as praças de pedágios, em Venâncio Aires e Candelária, em julho de 2013. O principal objetivo era a redução das tarifas em até 25%.
  • Em outubro de 2013, a Justiça determinou a suspensão da cobrança de pedágio em Venâncio Aires pela falta de serviços essenciais à manutenção da estrada. Em agosto de 2014, o promotor do Ministério Público de Venâncio Aires, Pedro Rui da Fontoura Porto – que havia sido responsável pela ação civil pública que interrompeu o funcionamento da praça venâncio-airense –, apresentou um requerimento para questionar as obrigações e serviços prestados pela EGR. Na ocasião, a estatal chegou a ser multada em R$ 100 mil, mas a Justiça anulou a decisão do juiz João Francisco Goulart Borges, de Venâncio Aires, em dezembro.

Ingressos (2016)
Venâncio Aires R$ 18,6 milhões
Candelária R$ 11,7 milhões

Desembolsos (2016)
Venâncio Aires R$ 18,1 milhões
Candelária R$ 14,8 milhões

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.