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Economia

PIB gaúcho sobe mais que a média nacional no segundo trimestre

A economia gaúcha começa a apresentar sinais de melhora. Conforme dados divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul cresceu 2,5% no segundo trimestre do ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse desempenho foi superior à variação observada no Brasil, de 0,3%. A principal razão para o resultado positivo foi a supersafra colhida no Estado, que fez com que o campo avançasse 7,9%. A indústria do tabaco também contribuiu.

O relatório da FEE apontou que a agropecuária, o setor de transformação e o comércio lideraram o crescimento do PIB entre abril e junho. Em relação ao mesmo período do ano passado, a escalada dessas atividades fez com que o volume arrecadado em impostos sobre produtos no Estado subisse 3,4% – enquanto, no Brasil, essa taxa não passou de 0,1%. O setor de serviços teve alta de 0,5%. Já o comércio registrou incremento de 2,9%. A indústria de transformação também se mostra positiva, com crescimento de 2,8%. Dentro disso, a indústria do tabaco foi a que mais prosperou, com acréscimo de 40,2%.

Para o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, os números demonstram a importância econômica e social da cadeia produtiva para o Estado, que responde por metade da produção nacional. “Neste ano, com a safra maior e a indústria contratando para o processamento do tabaco, conseguimos alavancar a produção de empregos nas indústrias e também a renda dos produtores do campo”, disse.

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No geral, contudo, o setor industrial apresentou números negativos: diminuição de 0,3%, influenciada pela queda de 6,8% da construção civil. Mesmo assim, esse foi o melhor trimestre da economia desde o início de 2014, quando o PIB gaúcho avançou 3,6% entre janeiro e março. Depois disso, houve uma sequência de 11 trimestres de retração. No acumulado deste ano, a economia gaúcha teve alta de 2,1%.

Sinais positivos, mas preços altos

Por um lado, dados positivos na economia: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de agosto com queda de 0,19%, chegando a 2,46%, índice abaixo das estimativas do mercado. Na semana passada, o Banco Central ainda reduziu a Selic – taxa básica de juros da economia – de 9,25% para 8,25% ao ano. Por outro lado, no entanto, tem havido aumentos quase semanais no preço de itens básicos, como a gasolina e o gás de cozinha.

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O economista da FEE, Roberto Rocha, explica que o governo está aproveitando a queda do preço de alguns produtos – insumos agrícolas, por exemplo – para reajustar preços que ele julga estarem defasados. “A inflação é calculada de acordo com uma cesta média e, nesse conjunto de consumo, os valores diminuíram”, explicou.

Exportações do agronegócio crescem

O crescimento do PIB do Rio Grande do Sul está ligeiramente associado ao aumento das exportações da produção do Estado. Após dois meses de quedas consecutivas, as exportações do agronegócio gaúcho voltaram a apresentar resultado positivo. Em comparação com julho deste ano, as vendas de agosto para o exterior cresceram 9,2% no valor e 13,5% no volume. O resultado representa um incremento de US$ 98,9 milhões na comercialização.

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Os itens que mais contribuíram para o aumento foram soja – 19,2% –, carnes – 9,7% – e produtos florestais – 6,9%. Já cereais e tabaco apresentaram queda. Entre os principas destinos das vendas de agosto, a China permanece como principal comprador, respondendo por 44% do total comercializado. Em segundo lugar aparecem os Estados Unidos, com 4%, e na terceira posição a Rússia, com 3,5%. Em relação a agosto de 2016, houve diminuição de 8% no volume exportado e uma retração de US$ 109 milhões.

Tendência de melhora para o futuro do Estado

O crescimento considerável do PIB do Rio Grande do Sul, para o economista e coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha, pode significar uma tendência de melhora para a economia do Estado. “A expectativa é de que se mantenha o crescimento, talvez não tão intenso, mas não há sinal que indique um retorno ao fundo do poço”, observou.

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O bom desempenho da agropecuária foi influenciado pela supersafra deste ano, que teve condições climáticas favoráveis, com destaque para a soja, arroz e milho. Essas culturas cresceram tanto em área quanto em volume de produção. De acordo com Rocha, já se esperava um bom resultado da agricultura, assim como da indústria de transformação, que desde o fim do ano passado vinha melhorando. “Neste quadro, a única novidade é o bom resultado do comércio”, analisou.

O aumento de arrecadação do comércio foi influenciado positivamente por fatores como a queda da inflação, crescimento da renda de pequenos produtores, a liberação de saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a estabilização da taxa de desemprego. O impacto mais significativo no bolso das famílias, segundo Rocha, será a queda da inflação, que vai oportunizar maior poder de compra. “Tendo mais dinheiro, as pessoas podem reativar atividades de lazer ou retomar planos antigos de aquisições e viagens, por exemplo.” 

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