O número de solicitações de refúgio no Brasil cresceu mais de 2.000% em quatro anos, mas a estrutura para atender a demanda praticamente não mudou, comentou nesta segunda-feira, 15, o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Andrés Ramires, durante Seminário Trabalho e os Direitos dos Refugiados no Brasil, promovido pela Cáritas no Rio de Janeiro e o Ministério Público do Trabalho no Estado (MPT-RJ).
“No ano de 2010, recebemos por volta de 560 solicitações. Ao final de 2014, tivemos 12 mil. Esta é uma tendência mundial, mas a porcentagem de crescimento no Brasil é maior do que todas as outras regiões do mundo”, afirmou.
O principal desafio do Brasil para atender essa demanda, que só vem crescendo, é aumentar a estrutura do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) que, segundo ele, permanece praticamente a mesma, desde que foi criada. “Essa estrutura precisa ser fortalecida para poder dar conta da grande quantidade de refugiados que estão chegando”.
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A expectativa do órgão no Brasil é que esse número chegue a 17 mil neste ano. Os principais grupos, de acordo com o Conare, vêm da Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo. O representante da ONU ressaltou que o número de refugiados no mundo já ultrapassou o de deslocados na 2ª Guerra Mundial. Ainda há os imigrantes que não são considerados refugiados, como os haitianos e sul-americanos.
De acordo com o Conare em outubro de 2014, havia 7.289 refugiados reconhecidos no Brasil, de 81 nacionalidades distintas, incluindo refugiados reassentados.
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